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Diretor da Ancine assume pasta da cultura e ressalta a importância da Economia Criativa no Brasil


O diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine) Sérgio Sá Leitão assume o cargo de ministro da Cultura com o intuito de amenizar a relação intricada entre a classe artística e o governo do presidente Michel Temer, ressaltando a importância da economia criativa para atividades culturais no Brasil. O diretor da Ancine será a quarta pessoa que ocupa a pasta, desde o início do governo Temer, em maio de 2016. Neste período, a Cultura deixou de ser ministério, recuperou o status e vive um troca-troca de ministros.

A posse de Sergio Sá aconteceu no Palácio do Planalto, em Brasília, no dia 25 de julho, com a presença do presidente da República Michel Temer e vários representantes dos diversos setores da cultura nacional, propondo uma participação maior dos atores sociais que compõe a categoria. Em seu discurso, Sá ressalta o protagonismo destes atores proporcionado pela economia criativa. “As atividades culturais e criativas são vocações do Brasil e constituem uma economia forte e dinâmica, com elevada capacidade de geração de renda e emprego e de contribuição para o desenvolvimento do país e de suas cidades e estados”.

Em 2011, o Ministério da Cultura, no Governo Dilma Rousseff, estabeleceu algumas diretrizes com seu “Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas, diretrizes e ações” com o objetivo de formular, implementar e monitorar políticas públicas, visando desenvolvimento fundado na inclusão social, na sustentabilidade, na inovação e, especialmente, na diversidade cultural brasileira. Neste documento, ficou estabelecido que setores criativos são “aqueles cujas atividades produtivas têm como processo principal um ato criativo gerador de um produto, bem ou serviço, cuja dimensão simbólica é determinante do seu valor, resultando em produção de riqueza cultural, econômica e social”. A economia criativa se estabelece a partir dos talentos criativos, individuais e coletivos que, aglutinados, produzem bens e serviços criativos. “A economia criativa é, portanto, a economia do intangível, do simbólico”

No entanto, os modelos de negócio desta nova economia estão em processos de construção, no qual almeja marcos legais e bases conceituais consonantes aos tempos atuais, mergulhados na crise. A grande questão dos artistas brasileiros seria conciliar a criatividade com as difíceis realidades econômicas.

Ainda no seu discurso, onde ressalta diversidade cultural brasileira, Sérgio Sá afirma que é fundamental a recomposição orçamentária da pasta, apresentando números da economia criativa no Brasil. As atividades culturais e criativas respondem por 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, empregam 900 mil profissionais e reúnem 251 mil empresas, com uma média salarial e uma taxa de crescimento que, nos últimos anos, correspondem ao dobro da média da economia do país, segundo estudo recente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan)

A criatividade é a matéria prima da economia criativa e elemento vital da diversidade cultural. Neste sentido, a diversidade cultural depende de respostas inovadoras para que sejam preservadas suas raízes. Nas diretrizes do Plano da Secretaria Criativa, destaca-se que a economia criativa brasileira apresentará um desenvolvimento consistente e adequado seja ancorada na compreensão da diversidade cultural do país, como também na percepção da sustentabilidade como fator de desenvolvimento local e regional, a inovação como vetor de desenvolvimento da cultura e das expressões de vanguarda e, por último, a inclusão produtiva como base de uma economia cooperativa e solidária.

Sérgio Sá termina seu discurso trançando seus objetos na pasta: “O objetivo central é fortalecer e valorizar o MinC, a cultura e as instituições culturais brasileiras, preparando o MinC e o setor para este novo Brasil que precisamos erguer, aqui e agora, no qual a cultura certamente terá um justo protagonismo”, conclui.

Referências:

MINC, Plano da Secretaria da Economia criativa: Políticas, diretrizes e ações
2011 a 2014, Brasília, 2011, disponível em
http://www.cultura.gov.br/documents/10913/636523/PLANO+DA+SECRETARIA+DA+ECONOMIA+CRIATIVA/81dd57b6-e43b-43ec-93cf-2a29be1dd071

UNESCO, Investir da diversidade cultural e no diálogo intercultural, 2009, disponível em http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001847/184755por.pdf

http://www.cultura.gov.br/noticias-destaques/-/asset_publisher/OiKX3xlR9iTn/content/-as-atividades-culturais-e-criativas-sao-vocacoes-do-brasil-discurso-de-posse-do-ministro-sergio-sa-leitao/10883

http://www.valor.com.br/politica/5053124/novo-ministro-pede-que-classe-artistica-baixe-bola-nas-criticas

 

Imagem: Portal do Ministério da Cultura/ Agência Brasil

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