Celebrada no dia 25 de julho, data reconhecida pela ONU em 1992, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha completa 30 anos. A data foi escolhida graças ao primeiro encontro de mulheres negras latino-americanas e caribenhas, ocorrido em Santo Domingo, na República Dominicana. Essa data é essencial para relembrar a importância da luta contra o racismo e sexismo contra as mulheres discriminadas racialmente e socialmente.
No Brasil, o dia é duplamente comemorado, pois é também uma homenagem a célebre Tereza de Benguela, líder Quilombola que resistiu a escravidão e lutou pelas comunidades negras e indígenas. A representação negra feminina em ambientes, políticos, literários, entre outros espaços, ainda é muito baixa e, por isso, trouxemos a figura de Tereza de Benguela para dar visibilidade à história de luta e resistência:
Quem foi Tereza de Benguela?
Símbolo de luta e resistência, Tereza de Benguela foi uma mulher negra que viveu na região do Vale do Guaporé no Mato Grosso. Rainha Tereza, como também era chamada, era casada com José Piolho, e depois que perdeu o marido assassinado pelo Estado, passou a chefiar o ‘Quilombo do Piolho’ e o manteve seguro por duas décadas.
O ‘Quilombo do Piolho’ é considerado a maior comunidade de libertação de negros e indígenas do Mato Grosso, e foi casa de, em média, 100 pessoas. O sustento vinha do cultivo de algodão, milho, feijão, mandioca, banana e da venda dos excedentes produzidos.
A liderança de Tereza era democrática e contava com um parlamento que se reunia semanalmente. Eram parte de sua obrigação não só a estrutura política, mas também econômica e administrativa do Quilombo.
Quanto à sua morte, não se sabe ao certo. Alguns dizem que ela cometeu suicídio para não se submeter ao domínio dos brancos. Enquanto outros dizem que Tereza foi assassinada na última ofensiva da Coroa que acabou com o Quilombo do Piolho por volta de 1770.
Apesar de ter sido uma figura de extrema importância para a história brasileira, Tereza de Benguela passou a ganhar destaque e ser celebrada apenas recentemente. Tudo graças ao ativismo de mulheres negras que lutam pelo resgate da nossa história evidenciando a potência de mulheres negras e latino-americanas.
Que tal ficarmos atentos a mulheres que fazem e fizeram a diferença?
Separamos alguns nomes de mulheres negras para você acompanhar, se inspirar e celebrar.
Gabi de Pretas
Gabi é uma youtuber e comunicóloga brasileira que discute assuntos relacionados à realidade negra no Brasil enquanto divide sua rotina de mãe com seus seguidores. As discussões levantadas por Gabriela nos fazem refletir sobre temas importantes de forma leve e bem humorada.
Conheça o canal de Gabi: https://www.youtube.com/c/GabiDePretas
Sonia Guimarães
Sonia é a primeira negra brasileira doutora em física pela University of Manchester Institute of Science and Technology e compõe, há 24 anos, o corpo docente do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Em uma época que a universidade era de difícil acesso para muitos, principalmente negros, ela passou nos vestibulares de exatas para a área de exatas nas universidades Instituto Mauá de Tecnologia, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI). Com sua história, Sonia nos inspira a acreditar na educação.
Conheça mais sobre Sonia: http://lattes.cnpq.br/3737671551535600
Sueli Carneiro
Aparecida Sueli Carneiro é uma filósofa, escritora e ativista antirracista do movimento social negro brasileiro. Fez grandes contribuições para discussões do feminismo negro e cotas raciais nas universidades, sua obra já conta com mais de 16 livros abordando esses temas. Sueli é uma grande referência na luta do feminismo negro e podemos aprender muito com ela.
Acompanhe Sueli Carneiro: https://twitter.com/SueliCarneiro
Djamila Ribeiro
Djamila é professora, colunista, escritora e filósofa de extrema importância na defesa de direitos dos negros e das mulheres. É autora de livros premiados sobre feminismo negro e antirracismo. Djamila é grande adepta do ativismo virtual, por isso, vale muito a pena acompanhar suas redes e seu trabalho como colunista na Folha de São Paulo.
Acompanhe o trabalho de Djamila nas redes: https://www.instagram.com/djamilaribeiro1/
https://www.instagram.com/feminismos.plurais/
Carla Akotirene
Carla é uma militante, pesquisadora e colunista brasileira. Autora do livro “O que é interseccionalidade?” pela coleção Feminismos plurais, coordenada por Djamila Ribeiro. Além disso, é a idealizadora do primeiro curso de extensão voltado para capacitação de candidaturas negras ao mestrado e doutorado em universidades públicas.
Acompanhe Carla nas redes: https://www.instagram.com/carlaakotirene/
Conceição Evaristo
Conceição é um grande nome da literatura contemporânea brasileira. A matéria-prima de suas obras são a vivência de mulheres negras e refletem a desigualdade racial e de gênero no Brasil. Natural de Belo Horizonte, Conceição é pesquisadora, romancista, contista e poeta. Apesar disso, dedicou a maior parte de sua vida à educação e lecionou em escolas no Rio de Janeiro até 2006 e depois em universidades em diversos lugares.
E aí, já conhecia os nomes citados aqui? Vale muito a pena acompanhar essas mulheres incríveis e celebrá-las em vida, para que não se tornem parte esquecida da história, assim como muitas mulheres negras latino-americanas e caribenhas que são vítimas do apagamento histórico.
Acompanhe Conceição nas redes: https://www.instagram.com/conceicaoevaristooficial/
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