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Dia Mundial do Orgulho LGBT: celebrar a Diversidade Cultural e enfrentar a violência

O Dia Mundial do Orgulho LGBT, celebrado em 28 de junho, é uma data que marca a luta por direitos e visibilidade da comunidade LGBTQIAPN+. A origem dessa celebração remonta à Rebelião de Stonewall, em 1969, em Nova York, um marco no movimento de direitos LGBTQIAPN+ que inspirou ações globais, incluindo no Brasil.

No contexto brasileiro, o Dia do Orgulho LGBT é uma oportunidade para refletir sobre a diversidade cultural e suas especificidades. O Brasil, com sua rica diversidade étnica e cultural, possui uma comunidade vibrante e multifacetada. No entanto, essa diversidade também traz desafios únicos. As interseccionalidades de raça, classe social e regionalidade influenciam profundamente as vivências de pessoas LGBTQIA+, gerando diferentes formas de opressão e discriminação.

A violência contra homossexuais e outras identidades LGBT é uma realidade alarmante no Brasil. O país frequentemente aparece no topo das estatísticas de violência contra essa comunidade, com altos índices de assassinatos e agressões motivadas por LGBTfobia. Transfobia e homofobia são problemas persistentes que afetam a segurança e o bem-estar de muitas pessoas, muitas vezes começando dentro de suas próprias famílias e comunidades.

O Dossiê de LGBTIfobia Letal, publicado no primeiro semestre deste ano pelo Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ no Brasil, apontou que em 2023 morreram de forma violenta no país 230 pessoas LGBTI – o número equivale a uma morte a cada 38 horas. O dossiê mostra ainda que, das vítimas, 120 tinham entre 20 e 39 anos de idade, e o maior número de vítimas foi registrado em São Paulo (27), seguido por Ceará e Rio de Janeiro (24 mortes cada). 

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH) divulgou recentemente indicadores sobre violações de direitos humanos no Brasil. Os dados do primeiro semestre de 2024 apontam que foram registrados 33.935 mil violações contra pessoas que se autodeclaram LGBTQIA+, entre janeiro a maio deste ano.

Apesar dos avanços legais, como a criminalização da LGBTfobia pelo Supremo Tribunal Federal em 2019, e o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a aplicação dessas leis ainda enfrenta muitos obstáculos. A sociedade brasileira, marcada por fortes tradições religiosas e conservadoras, muitas vezes resiste às mudanças culturais necessárias para a plena inclusão e aceitação das pessoas LGBTQIAPN+.

No Brasil, o Dia Mundial do Orgulho LGBT é marcado por eventos, paradas e manifestações que celebram a diversidade e a resistência. Cidades como São Paulo abrigam uma das maiores paradas do orgulho LGBT do mundo, atraindo milhões de participantes. Esses eventos são importantes não só para a visibilidade, mas também para a construção de uma comunidade mais unida e fortalecida.

No entanto, a celebração do orgulho LGBT também deve ser um momento de reflexão e ação, sendo necessário promover políticas públicas que garantam a segurança, saúde e bem-estar da comunidade LGBTQIAPN+, além de campanhas educativas que combatam o preconceito desde cedo. A inclusão da diversidade cultural nas discussões sobre direitos LGBT é essencial para entender e abordar as necessidades de todos os membros da comunidade. 

O Dia Mundial do Orgulho LGBT é um chamado para que a sociedade brasileira reconheça e valorize todas as formas de amor e identidade, construindo um futuro mais justo e igualitário para todos.

Para ler, ver e escutar!

Mães fora do armário (Adriana Valadares, Angela Moysés, Dirce Meire, Eveny Teixeira) – Editora Devires

O livro é um convite a todas as mães, pais e familiares a se juntarem nessa jornada de aceitação e apoio. Os relatos aqui apresentados não apenas evidenciam as dificuldades enfrentadas, mas também celebram as vitórias e o amor incondicional que une essas famílias. Este livro é uma leitura essencial para todos que desejam entender melhor a experiência de famílias LGBTQIA+ e aprender com elas. Como adquirir: https://www.queerlivros.com.br/maes-fora-do-armario

Quarto aberto (Tobias Carvalho) – Editora Companhia das Letras

Em sua busca por liberdade sexual e afetiva, os protagonistas se encontram em uma jornada de autodescoberta ao explorar as complexidades de relacionamentos não convencionais. O autor aborda temas como amor, compromisso, ciúme e a busca por conexões genuínas em um mundo que muitas vezes limita as possibilidades de expressão e realização pessoal para pessoas LGBTQIAPN+. Como adquirir: https://www.companhiadasletras.com.br/livro/9788535934540/quarto-aberto

Manhãs de Setembro (2021)

Série brasileira de drama e comédia criada por Luiz Romero e dirigida por Dainara Toffoli. Lançada em 2021, tem como protagonista a cantora Liniker, representando Cassandra, uma mulher trans e negra, que trabalha como motogirl e tem sua vida transformada após ter um filho. A série oferece uma visão necessária sobre a jornada em sua busca por felicidade e aceitação em uma sociedade marcada pela intolerância e pelo preconceito. Disponível na Prime Video: https://www.primevideo.com

Depois do Fervo (2017)

O documentário investiga o contraste entre a imagem de cidade aberta à diversidade e a realidade da população de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) de Florianópolis, uma das capitais brasileiras mais conhecidas pela boa acolhida às minorias sexuais. A história é narrada a partir das vivências e perspectivas dos próprios LGBTs para que eles compartilhem experiências e visões sobre sua relação com a cidade, seus habitantes e questionem a ideia de que a capital catarinense é um paraíso gay-friendly. Disponível no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=s6YT4oPFEvs&t=2128s

Favela Gay (2014)

O documentário apresenta a homossexualidade dentro das favelas cariocas. Temas como homofobia, preconceito, trabalho e aceitação da família, a partir da perspectiva de gays e lésbicas, que contam seus cotidianos dentro da comunidade. Um retrato de como, apesar das adversidades, essas pessoas constroem suas próprias histórias através da educação, da arte e da política. Disponível no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=4gjjXLvhOXo&t=362s

Podcast Bisão Voador 

Em busca da tão sonhada visibilidade, Becky Cunha e Zé Henrique usam de muito humor e de suas próprias vivências para falar sobre as delícias agridoces de suas jornadas como bissexuais, além de falar de cultura pop e encher a bandeira rosa, roxa e azul de toda purpurina do arco-íris LGBTQIA+. Acesse em https://bisaopodcast.com/

Podcast Aqui não violante

“Sendo gay preto e de origem periférica aos 30 e poucos (ou muitos), como foi o caminho até chegar aqui? O que contribuiu? O que boicotou? O que acelerou? O que nos mantém até hoje onde estamos? E mais importante: o que nos move a seguir em frente? Com uma bagagem infinita de cultura pop e como ela está inserida em toda a construção da nossa identidade, o Aqui Não Violante é o podcast que precisava existir – porque ninguém fala da gente melhor do que a gente.” Acesse em https://aquinaoviolante.com.br/

LABRYS Podcast

Juliana Ramos e Larissa Angelino falam sobre assuntos do mundo LGBTQIA+. “Falamos sobre mundo lésbico, individualidades, autocuidado, política, com muita ironia e sarcasmo.” Disponível em https://linklist.bio/sapato44

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