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Que vença a qualidade de vida

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Ao instigar a curiosidade, trazendo novos desafios e, com o passar do tempo, levar ao desenvolvimento de táticas e formas lúdicas de conviver, jogos revelam um potencial de desenvolvimento humano praticamente inexplorado no ambiente de trabalho (na foto, o jogo Xo Doi Qi que remete às estratégias de vida no tabuleiro). Especialmente durante os intervalos rotineiros, momento em que os profissionais vivenciam situações que proporcionam o encontro, a conversa e a aproximação entre experiências diversas, podem ser fonte inestimável de vitalidade e saúde.

A pesquisa “Jogos como facilitadores na promoção da qualidade de vida do trabalhador da indústria”, em desenvolvimento pela Origem Jogos e Objetos, Senai e Sesi – MG, pretende contribuir neste contexto cultural: Como os jogos de tabuleiro podem enriquecer, diversificar a experiência de convivência no espaço de trabalho? Para a consultora do projeto, psicóloga Lúcia Helena Uba, os jogos consistem em mediações culturais que se justificam, fundamentalmente, no exercício do prazer, trazendo sempre uma dose significativa de seriedade ao processo lúdico, porque implica estratégia, objetividade e empenho para atingir determinada meta. “Ganhar o jogo” em condições justas previamente acordadas proporciona ao jogador renovada sensação de alegria, internalizada pela vitória legítima, digna, honesta.

No espaço profissional, as trocas são mediadas pela cultura empresarial, incluindo hábitos, regras e valores que se integram ao dia a dia. A intenção do projeto é disponibilizar um kit de jogos de tabuleiro que atenda à qualidade vida dos trabalhadores da indústria, ao abranger ampla gama de possibilidades oferecidas por diversas culturas tradicionais. Faz parte do jogo: a aventura pode se instalar quando a peça se move no tabuleiro, de forma a convidar à divertida relação com o outro, o que torna o dia a dia mais interessante, ousado, sedutor.

Os jogos podem contribuir de forma diferenciada, ao encontro de demandas dos setores de lazer, saúde e recursos humanos. “Além da descontração, os recursos internos utilizados pelo jogador propiciam o desenvolvimento da cognição, o que tem sido demonstrado, por exemplo, em escolas que comprovam a eficácia do jogo de xadrez no raciocínio lógico-matemático. Ao lado disto, oportunizam a troca e a integração entre os participantes, dinamizando o relacionamento humano, enriquecendo as relações interpessoais”, considera a psicóloga.

Fonte de aprendizado, por meio de vivências grupais, o jogo aprimora conhecimentos e  habilidades profissionais, revelando potenciais e características ainda pouco conhecidas dos participantes, assim como pontos de resistência em situações de implantação de aspectos inovadores nas organizações. “Jogos de tabuleiro, ainda que sem a caracterização denominada por jogos de empresa, são instrumentos tão ou mais eficazes que estes, com múltipla aplicabilidade, adequando-se a diferentes demandas, como o entretenimento, desenvolvimento profissional ou em programas na área de saúde e bem-estar”, justifica a psicóloga.

Inovações no dia a dia das indústrias que acenam, enfim, com a possibilidade concreta de desenvolvimento de processos criativos, construindo culturas integradoras do trabalho e lazer. Um jogo cuja meta é, fundamentalmente, a vitória da qualidade de vida do trabalhador.

Fonte: Origem

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