Líderes quilombolas, escritoras e revolucionárias têm história retratada em obra na forma de cordéis
O livro “Heroínas brasileiras em 15 cordéis” será lançado no dia 1º de junho, em São Paulo. A autora, jornalista e blogueira Jarid Arraes resgata a trajetória de mulheres esquecidas na história do Brasil. O objetivo é debater sobre o feminismo e o racismo, levando essas questões para as salas de aula.
Eva Maria do Bonsucesso, mulher negra do século XIX, após uma briga com um homem branco e rico, dono de escravos,foi inocentada do caso ao conseguir testemunhas a seu favor. Maria Firmina dos Reis lançou, por conta própria, o primeiro romance abolicionista do Brasil, também fundou uma escola mista para meninos e meninas e enfrentou perseguições durante a vida toda. Teresa de Benguela foi rainha do quilombo do Quariterê, no Mato Grosso, organizando-o de forma a desenvolver um parlamento local, produzir armas, extrair metais do solo e planejar a colheita e o plantio para que nãofaltasse comida para os moradores.
Essas e outras mulheres negras, apesar de seus marcos, não estão presentes em livros de história e não são temas de discussões em classe. “Essas mulheres são heroínas, de fato, e sobreviveram a muitas tentativas de apagamento e assassinato não só dos seus corpos, mas do legado que construíram”, diz a autora.
Jarid conta que não foi um trabalho fácil, desde a pesquisa até a produção do livro, foram quatro anos seguidos. A ideia surgiu quando a escritora cearence realizou um estudo sobre a vida de Dandara dos Palmares, revolucionária negra conhecida geralmente como esposa de Zumbi, e de Luiza Mahin, ex-escrava abolicionista vista na história apenas como mãe de Luís Gama. Desde o início das leituras, a cordelista notou a falta de materiais acadêmico sobre essas mulheres e, assim, iniciou a busca por outras protagonistas negras que fizeram história.
O resultado das pesquisas foi transformado em vinte cordéis, cada um sobre uma mulher com as trajetórias mais diversas entre si. “Nossa prioridade era mostrar a diversidade entre elas, entre líderes quilombolas, líderes de revoltas e batalhas, escritoras e também a primeira deputada negra do país”, explica Arraes. Publicadas individualmente, as histórias foram vendidas em eventos feministas e na internet. Nos últimos dois anos, Jarid vendeu mais de 20 mil cordéis. E assim surgiu a ideia de reunir os cordéis em um livro mais prático de ser manuseado em salas de aula.
Imagens: Portal Géledes
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