O racismo é congênito e atemporal. Ele está gravado no nosso DNA e é a partir dele que se conta a história do mundo. O racismo que nos permeia e norteia trava uma luta sem tréguas contra a diversidade. Aniquilá-la deve ser seu objetivo. E não importa que meios utiliza para chegar a este fim, bárbaros ou não, ficaremos à espreita em cima do muro. Conviver ou não com o diferente: eis a questão.
Na última semana, manifestantes de extrema-direita da cidade americana de Charlottesville, no Estado da Virgínia, nos Estados Unidos, entraram em confronto contra grupos antirracismo no momento que conduziam a marcha “Unir a Direita”, que tinha como objetivo protestar a remoção da estátua do general Robert E. Lee, conhecido por defender o sistema escravista imperante no sul até a abolição da escravidão. O militar comandou as forças dos Estados Confederados durante a Guerra Civil Americana (também conhecida como Guerra de Secessão) entre 1861 e 1865.
A história da humanidade nos mostra que, tanto as comunidades primitivas, quanto o Estado moderno podem ser vistos como unidades que englobam todos os contrários e que tentaram e tentam organizar o caos que resulta do embate antagônico entre racismo e diversidade.
Classificar sempre foi um dos nossos passatempos mais prazerosos. Na história das ciências naturais, o conceito de raça, que veio do latim ratio, que por sua vez significa sorte, categoria e espécie, foi bastante usando na Zoologia e na Botânica com o intuito de classificar espécie de animais e vegetais.
Como a maioria dos conceitos são transformados e deturpados ao logo dos anos, o conceito de raça passa a classificar a diversidade humana em grupos fisicamente antagônicos. O francês François Bernier, em 1684, emprega o termo, no sentido moderno da palavra, classificando a diversidade humana em grupos fisicamente contrastados, chamados de raça.
De caráter estatal ou tribal, o racismo é sustentando, ao longo das eras, por princípios científicos, técnicos, morais e religiosos, baseado em um discurso que legitima as práticas genocidas de grupos “superiores” contra grupos “inferiores” que tem como objetivo a purificação das sociedades, eliminando o outro, a alteridade. Racismo e poder andam juntos, pois o primeiro é um sistema de manter privilégios e levar vantagens. O racismo vive dentro de nossa subjetividade injusta e intolerante criando padrões de estereótipos relacionados à raça, gênero, estado social etc.
Casos como os da cidade americana são comuns e corriqueiros. Velados ou não, o racismo acontece em qualquer esquina do mundo. Tanto que mais das vezes nem o percebemos. Conviver com o diferente, sem subjugá-lo, é uma das maiores lições dos seres humanos viventes de ontem, de hoje e possivelmente, o de amanhã.
Biografia:
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-40913908
https://www.ufmg.br/inclusaosocial/?p=59
http://outroolharamargosa.blogspot.com.br/2011/05/racismo-e-poder.html
http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=3052&id_coluna=80
POMER, Leon. O surgimento das nações. 7. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atual, 1994.
Imagem: Portal Historia + Salud
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