Rede de pesquisas, financiada por governo britânico, estuda o tema “Racismo e anti-racismo no Brasil: o caso dos povos indígenas”. A pesquisa, focada nos tempos atuais, visa contribuir para as resistências das populações originais do país que possuem acesso ao seu território coletivo, histórico e diferenciado.
O projeto organizará seminários para reflexão, debate e compartilhamento de experiências de racismo em diferentes contextos do Brasil. Os encontros contarão com a presença de lideranças, intelectuais e artistas indígenas, e acadêmicos e ativistas de movimentos anti-racistas do Recôncavo baiano. As reuniões acontecerão na Bahia, em Brasília e em Manchester (Inglaterra), de forma a produzir impacto político e acadêmico a nível internacional das propostas anti-racistas dos povos indígenas. Como resultado, a rede produzirá artigos científicos, irá publicar um livro em conjunto com autores indígenas e fará um pequeno documentário sobre o tema.
O grupo de pesquisadores conquistou o patrocínio inglês ao vencer o edital do Arts & Humanities Research Council (AHRC) do Reino Unido, ganhando uma bolsa no valor de 45 mil libras esterlinas (cerca de 180 mil reais) para o desenvolvimento do trabalho. A rede conta com a participação do professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Felipe Milanez; do líder indígena Ailton Krenak, professor honoris causa na Universidade Federal de Juiz de Fora e fundador do Núcleo de Cultura Indígena; e de Lúcia Sá, professora da Universidade de Manchester e coordenadora do projeto.
O Conselho do edital considerou a proposta “excepcional” e apontou seu potencial para oferecer contribuições significativas ao estudo de raça e racismo no Brasil, com importantes e urgentes intervenções políticas e sociais.
Imagem: Thiago Gomes /Ag. Pará
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