Na manhã dessa quinta-feira (09/08), para o primeiro dia do simpósio “Diversidade Cultural e Desenvolvimento Sustentável” reuniram-se, no auditório da Facom, Giuliana Kauark (UFRB/ODC), Giselle Dupin (MINC/ODC) e Maria Dione Carvalho de Moraes (UFPI) para falar sobre a importância por trás de refletir acerca da diversidade cultural a fim de se garantir desenvolvimento sustentável. O encontro teve mediação do professor José Marcio Barros (ODC/UEMG/UFBA) e faz parte da programação de Simpósios do XIV ENECULT.
A primeira a discursar foi Giuliana, com a apresentação “A Convenção da Diversidade e a questão do desenvolvimento”, que introduziu brevemente o conceito de “desenvolvimento sustentável” e recapitulou o histórico da relação entre cultura e desenvolvimento (ou o que a sociedade considerou como “desenvolvimento” ao longo da história), traçando uma linha do tempo que permitia pensar esse conceito de modo mais compreensível — o que favoreceu as outras duas palestrantes, que não precisaram se prolongar tanto nessa parte em suas respectivas apresentações. A pesquisadora atribuiu foco à Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO, instituída em 2005.
Giuliana define o desenvolvimento sustentável como aquele que supre as necessidades das gerações atuais, sem que isso comprometa as gerações futuras, e pontuou que, na década de 1950, a sociedade enxergava o desenvolvimento como sendo vinculado unicamente à economia, e a cultura seria um mero obstáculo ou “atraso material”. As perspectivas de variadas nações eram hegemonicamente eurocêntricas e etnocêntricas, o que não se diferencia muito da atualidade, mas aos poucos tem sido quebradas a partir da valorização da diversidade cultural como patrimônio da humanidade.
Esse quadro sofre relativas mudanças nas décadas de 1970 e 1980 (principalmente a partir de 1982, no México, com a Conferência Mundial sobre Políticas Culturais ou Mondiacult, da UNESCO), em que se revisam as noções de desenvolvimento e se tornaram mais comuns as análises que afirmavam que a economia é potencialmente geradora de desigualdade e miséria. A partir deste olhar, a qualidade de vida passa a ser tão ou mais considerada do que a economia nas questões de desenvolvimento — dessa maneira os estudos relativos à cultura e, por consequência, à diversidade cultural, tornaram-se primordiais.
Giselle prosseguiu com a apresentação “A Diversidade Cultural nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, pegando carona na apresentação de Giuliana e utilizando-a como parte da linha cronológica de sua própria apresentação (o que foi bastante estratégico e funcionou como procedimento metodológico). A terceira apresentação, “Proteger e promover a diversidade ou o desenvolvimento?”, ficou por conta de Maria Dione, que se prolongou em uma fala extensa e sem auxílio de slides que facilitariam a compreensão dos dados que apresentou, bem como dos argumentos, comprometendo um pouco a atenção e engajamento do público presente.
Porém o primeiro dia do Simpósio Diversidade Cultural e Desenvolvimento Sustentável apresentou um importante momento para a compreensão histórica destes conceitos e abre os trabalhos para a discussão que deve se desdobrar em outros temas afins em sua segunda sessão, “Redes, boas práticas e cidades sustentáveis”, que acontecerá amanhã (10), às 8h30, também no auditório da Facom. Discorrerão sobre o recorte Jordi Pascual (CGLU/ES), com a apresentação “A cultura e o desenvolvimento sustentável nas cidades”; Genauto França Filho (UFBA) e Luana Vilutis (UFBA/ODC) com a apresentação “Economia solidária, diversidade cultural e desenvolvimento sustentável”, e Eduardo Sarmento (Paço do Frevo/Instituto de Desenvolvimento e Gestão), com a apresentação “Ocupar, resistir e festejar: arte pela democratização do espaço urbano (o caso do Movimento #OCUPEESTELITA)”.
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