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Desestabilizando Gênero e Sexualidades

Gênero e sexualidade tem sido cada vez mais assunto entre antropólogos e estudiosos culturalistas. Essas dimensões de diferenças sociais que há muito estavam inscritas no corpo e que na era moderna foram alvo de estudos científicos (biológicos e psicológicos) bem como de intensa regulação política agora tomam cena no âmbito sócio-cultural. Deixam paulatinamente de fazer parte de um repertório que os definia como patologias para ganhar ricas formas de manifestação cultural.

As diferenças sociais entre os comportamentos do gênero Masculino e Feminino se diluem entre o provedor e a dona de casa para um espectro bem mais largo de possibilidades sobre a experiência mundana dos corpos. Homens e mulheres tem tido a possibilidade de performatizar suas identificações no universo masculino e/ou feminino sem que isso os destitua das posições sociais à qual lhes é esperada socialmente.

Como grande propulsores desta nova configuração tomamos o movimento feminista e Homossexual (LésbicasGaysBissexuaisTranssexuaisTravestis) que impulsionaram desestabilizações profundas na noção do sujeito contemporâneo mudando significativamente nosso modo de ver e entender os corpos e desejos. Para além de homem/mulher; heterossexual/homossexual, lidamos hoje com um sem número de nomes e práticas para designar a atuação dos corpos nas interações sociais. Sejam machos, valentões, sarados, boyszinhos, bofes, bichas, gays, fruta, metrossexual ou também, mulherzinhas, patricinhas, santinhas, piriguetes, lobas,  lésbicas, caminhoneiras,  ladyes.

O que me instiga aqui neste espaço de diálogo com os interessados na diversidade cultural é pensar no alcance bem como nas implicações das mudanças no âmbito das relações de gênero e da sexualidade como dimensões sociais que inscritas no corpo, nosso principal modo de nos apresentar ao outro, nos põe em distintas formas de vivenciar o mundo ainda extremamente marcado por hierarquias e discriminações baseadas na diferença.

*Ana Laura Lobato é mestranda em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (2008-2010) e Bacharel em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2007). Tem experiência na área de Antropologia Urbana e Sociologia, com ênfase em Gênero, sexualidade e Juventude.

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