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Jogo, qualidade de vida e diversidade cultural

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Ilustração de John Tenniel para o livro Alice no País das Maravilhas

Maurício de Araújo Lima*

No livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, a personagem principal fica indignada quando a Rainha de Copas muda as regras do jogo do críquete ao seu bel prazer para alcançar a vitória. “Que jogo é esse que parece não ter regras ou, se tem, ninguém lhes dá a mínima”, exclama. Ao contrário do passatempo da rainha, um jogo autêntico é um exemplo de convivência social e, mesmo os mais competitivos e violentos, têm uma missão formadora, segundo a argentina Graciela Scheines, doutora em filosofia e letras, em artigo na revista O Correio da UNESCO.

Dessa forma, o conhecimento e a utilização de jogos na infância e na adolescência, e mesmo na idade adulta, são fatores de desenvolvimento da pessoa humana que não podem ser desprezados. No Brasil, os jogos mais explorados são os praticados ao ar livre e poucas são as pessoas que mantêm a prática quando adultos. No ambiente de trabalho, então, os jogos são considerados atividades a serem evitadas, por estarem relegadas ao mundo das crianças e serem contrárias à seriedade necessária para o bom funcionamento das empresas. Tendo em vista o grande desenvolvimento de games na atualidade, essa realidade começa a ser revertida. Os games são um sucesso entre crianças, adolescentes, homens e mulheres. Em que pesem os grandes questionamentos sobre possíveis riscos em sua utilização, vieram para ficar.

Mas e as camadas da sociedade que não têm acesso ao mundo digital? Mais uma vez, serão penalizadas com a exclusão desse universo tão importante para o desenvolvimento pessoal e o vislumbramento da diversidade cultural do planeta? Foi visando contribuir para mudar isso que resolvemos desenvolver um projeto, em parceria com Senai e Sesi, para fornecer aos trabalhadores da indústria um kit de jogos que serão utilizados na hora do lazer e, ao mesmo tempo, desenvolver capacidades cognitivas importantes para o desempenho profissional.

O projeto teve início em janeiro de 2013 e, já em meados do próximo ano, esperamos apresentar seus resultados em eventos que percorrerão todo o estado de Minas Gerais. Com o projeto, queremos alavancar discussões a respeito da utilização de jogos, tanto em seus aspectos lúdicos, quanto lógicos e racionais, no desenvolvimento de potencialidades inerentes ao ser humano e à diversidade cultural no universo do trabalho.

*Diretor da Origem Jogos Objetos e colaborador do ODC

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1 Comentário para “Jogo, qualidade de vida e diversidade cultural”

  1. Avatar waleska P. v. c. disse:

    Acredito que os jogos são importantes para crianças porque ajudam o seu desenvolvimento intelectual, para os adultos porque eliminam conflitos e socializam também, waleska

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