É longa a lista de visualizações obtida, na internet, dos vídeos do jornalista e fotógrafo Bruno Figueiredo, durante os protestos realizados no Brasil, em 2013. Rápida pesquisa no Google com a expressão “Porque eu quis”, título de um dos registros em vídeo do fotógrafo, indica diversos canais e sites que replicaram suas imagens. O vídeo produzido por ele durante protesto em Brasília é um bom exemplo da capacidade de circulação e protagonismo possibilitado na rede: virou pauta para os veículos de comunicação que denunciaram os abusos policiais a jovens manifestantes.
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=qKMEej-ptoE[/youtube]
O mesmo fenômeno de audiência ocorreu com o vídeo feito pelo fotógrafo durante um dos protestos, em Belo Horizonte, quando recorreu à Polícia Militar e teve seu pedido recusado, para socorrer um rapaz que havia caído de um viaduto na Avenida Antônio Carlos. O fato ganhou enorme repercussão na mídia com o falecimento do jovem. “Era o momento em que todo mundo estava atento para isso, procurando saber, entender o que tava acontecendo, então eu sabia que uma imagem potencialmente iria viralizar, por causa desse contexto.Mas não tinha como ter certeza”, diz o fotógrafo.
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=hOWMDIk4P38[/youtube]
“Tornar viral” é um processo midiático importante para a disseminação da narrativa que o fotógrafo tenta construir sobre os fatos que registra. Mostra, em especial, como práticas ativistas têm se beneficiado, politicamente, com o uso da internet e das redes sociais para a produção e difusão de conteúdos de forma abrangente. Registros midiáticos feitos por jornalistas e cidadãos em geral recebem, assim, visibilidade fora dos meios de comunicação tradicionais, traduzindo pontos de vista que confrontam as versões da grande mídia sobre os fatos.
O histórico de Figueiredo na cobertura de protestos é antigo: enquanto cursava jornalismo, ele e o amigo Bernardo Alencar foram os primeiros do curso a produzirem uma matéria internacional sobre as manifestações da crise econômica da Argentina, em 2001. Mesmo sem recursos financeiros e sem falar a língua, os estudantes ficaram uma semana em Buenos Aires. Procuravam, assim, compreender o contexto político em questão, quanto a partidos políticos e movimentos sociais, acompanhar as manifestações nas ruas, confrontos e panelaços.
A cobertura das manifestações na capital da Argentina prepararia o fotógrafo para a realidade do Brasil, em 2013. Desde então, ele percebeu que se sentia à vontade no espaço dos protestos, guardando na memória o impacto estético do momento de tensão social e a força política das ações de engajamento, denúncia e debate sobre a situação. “Acho que todo mundo que entra para o jornalismo tem um pouco de preocupação política. Mas, no ato de fotografar, eu sabia como me posicionar, não ficava assustado, nem com medo”, conta.
Não por acaso, revela que William Klein influencia seu percurso profissional: inovador na forma de interação com a própria fotografia, Klein afirma o gosto pela marca de sua presença e câmera nas fotos. De Robert Capa, segue a máxima de que “se a foto não tá boa é porque não se chegou perto o suficiente”. Ambos ajudam a reconhecer o olhar do fotógrafo sobre as suas produções, como define, feitas “do olho do furacão”. A realidade vista, por assim dizer, de perto e de dentro.
CHAMADA PARA PUBLICAÇÃO – Boletim 101, nº 01/2024 Cultura Viva: 20 anos de uma política de base comunitária Período para submissão: 13 de março a 23 de junho de 2024 A Revista Boletim Observatório da Diversidade Cultural propõe, para sua 101ª edição, uma reflexão sobre a trajetória de 20 anos do Programa Cultura Viva […]
O Observatório da Diversidade Cultural, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, patrocínio do Instituto Unimed, realiza o ciclo de formação GESTÃO CULTURAL PARA LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS. Período de realização: 10, 17 e 24 de outubro de 2024 Horário: Encontros online às quintas-feiras, de 19 às 21h00 Carga horária total: 6 […]