Viver da arte é um ofício que exige muito no Brasil, país marcado por indefinições e descontinuidades na política cultural, por visões preconceituosas da arte e da cultura, que ainda dissociam a cultura do trabalho e da economia.
Essa postura anacrônica tem consequências absurdas: a perda do domínio do próprio processo cultural, o desconhecimento tácito de sua importância, já que não se faz um levantamento sistemático e periódico de informações de base sobre o setor.
Tamanho desconhecimento ressalta o descompromisso com a cultura do país e resulta em fragmentação, descontinuidade, falta de orientação, desorganização e crises permanentes de sustentabilidade. Entre a ausência de qualquer política cultural e de financiamento, proliferam as políticas centradas na instabilidade, marcadas pela
exclusão espacial e de milhões de artistas que vivem – acima e apesar das políticas – neste enorme celeiro cultural que é o Brasil.
É chegada a hora de enxergar a cultura como um dos pilares da economia: o papel simbólico do setor cultural é um dos principais determinantes de todas as escolhas que, afinal, resultam na alocação de recursos, decisão básica e fundamental para a economia.
Ausência de dados é também ausência de vontade de conhecer e de valorizar. A arte e a cultura precisam sair de seu lugar periférico: o de ofício desvalorizado e desassociado do trabalho.
Não que o Estado não tenha feito nada no campo da cultura. Porém praticamente nada foi feito a partir do conhecimento da realidade, baseado em informações sobre o setor, como se faz com os demais setores da economia.
O levantamento de dados no setor cultural tem sido historicamente relegado ao setor privado. É recente a sistematização de dados sobre a cultura, dando início ao conhecimento sistemático do setor.
E não se pode perder de vista que informação significa, entre outras coisas, poder.
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