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Mulheres pretas recebem um terço do que ganham homens brancos na cultura

Levantamento do Observatório de Dados do Itaú Cultural aponta aumento de empregos este ano na indústria criativa

REPRODUÇÃO: FOLHA DE S. PAULO

Mulheres pretas e pardas ganham em média três vezes menos que homens brancos no setor cultural, de acordo com levantamento do Observatório de Dados do Itaú Cultural divulgado nesta segunda-feira (1º).

Segundo o estudo, o salário médio dos homens brancos alocados no segmento foi de R$ 6.000 mensais no segundo trimestre de 2023. A média paga aos homens pretos foi de R$ 3.500 e a dos pardos, R$ 3.700 por mês.

A média do salário das profissionais brancas é de R$ 3.700 mensais, das pretas, R$ 2.200, e das pardas, R$ 2.000.

Jader Rosa, superintendente do Itaú Cultural, afirma que este cenário se manteve no comparativo ao mesmo período do ano passado.

“A economia criativa, assim como os demais setores da economia, sofre influência da desigualdade social brasileira, expressa, entre outros fatores, pela diferença salarial. Mapear e disponibilizar estes dados de maneira pública nos ajuda a apontar a necessidade de mais políticas afirmativas e sensibilizar os setores cultural e criativo para combater este problema”, diz.

Além da diferença salarial, há disparidade de raça, de acordo com a pesquisa, que aponta que a maioria dos trabalhadores das indústrias criativas é formada por brancos. Pretos e pardos somam 42% dos postos no segmento.

Em relação a gênero, há maior equilíbrio —53% dos trabalhadores das indústrias criativas são homens, e 47%, mulheres. Na economia como um todo, eles representam 57% das vagas e elas, 43%.

Economia criativa é a área que reúne os setores de cultura, moda, design, arquitetura, artesanato, comunicação, publicidade e outras especialidades.

O levantamento aponta um dado positivo. No segundo trimestre deste ano, houve um aumento de 188 mil postos de trabalho no setor, em relação aos primeiros três meses de 2023. “Enquanto a economia como um todo viu o número de postos de trabalho crescer 1%, na economia criativa o salto foi de 3%, o que é um bom sinal”, afirma Rosa.

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