Criada nos Estados Unidos no começo do século XX, e oficializada no Brasil na década de 1930, o Dia das Mães é uma data que celebra a importância da figura materna na sociedade. No entanto, essa celebração também é um momento para refletir sobre as condições das mulheres mães e, especialmente, aquelas que cuidam, alimentam e se constituem como únicas responsáveis física, social e financeiramente pelos filhos – as chamadas “mães solo”. No Brasil, essas mães enfrentam, além de preconceitos, desafios únicos para criar seus filhos.
Segundo dados do IBGE (2020), mais de 11 milhões de famílias no país são chefiadas por mulheres, sendo que 80% dessas mulheres são mães solo. Essas mulheres lidam diariamente com desafios para garantir a sobrevivência de suas famílias, muitas vezes tendo que trabalhar longas horas em empregos precários e mal remunerados, sem nenhum tipo de apoio do governo ou da sociedade.
Ademais, essas mulheres enfrentam uma série de obstáculos adicionais, como a falta de acesso a serviços básicos de saúde, educação e segurança pública. Elas também estão mais expostas à violência doméstica e ao assédio sexual, o que torna sua vida ainda mais difícil e perigosa.
Diante dessa realidade, é fundamental que a sociedade brasileira se mobilize para oferecer suporte e assistência a essa parcela expressiva da população. Isso inclui políticas públicas que garantam o acesso a serviços básicos de qualidade, como creches, escolas e hospitais. Também é importante que haja uma mudança na cultura machista e patriarcal que ainda impera em nossa sociedade, para que as mulheres sejam valorizadas e respeitadas em todos os níveis.
Para além disso, é necessário que as mulheres mães solo periféricas tenham suas vozes e histórias ouvidas e valorizadas. Elas são uma potência e lutam todos os dias por seus filhos e por um futuro melhor para suas famílias. São mulheres que merecem todo o nosso respeito e admiração.
É fundamental que a sociedade reflita sobre a invisibilidade e marginalização das mães solo periféricas no Brasil. A ausência de políticas públicas eficazes e o estigma associado a essa realidade perpetuam a desigualdade e dificultam o progresso dessas mulheres e de seus filhos. A valorização e o reconhecimento do trabalho incansável dessas mães são essenciais para uma sociedade mais justa e igualitária.
No dia 08 de julho deste ano, o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei (PL) 3717/2021, prevendo prioridade de atendimento em políticas sociais e econômicas para mães solo, além do pagamento em dobro de benefícios, prioridade em creches, cotas mínimas de contratação em empresas e acesso a crédito. O projeto se encontra agora na Câmara dos Deputados para apreciação e deliberação. Se aprovada, a Lei dos Direitos da Mãe Solo será instituída com vigência de 20 anos ou até que a taxa de pobreza em residências chefiadas somente por mulheres seja reduzida a 20%.
Neste Dia das Mães, vamos celebrar o amor, mas também reforçar nossos compromissos com as lutas das mulheres e das mães solo. Afinal, como nos lembra a escritora e ativista bell hooks, o amor é coletivo, é político e uma ética de vida.
CHAMADA PARA PUBLICAÇÃO – Boletim 101, nº 01/2024 Cultura Viva: 20 anos de uma política de base comunitária Período para submissão: 13 de março a 23 de junho de 2024 A Revista Boletim Observatório da Diversidade Cultural propõe, para sua 101ª edição, uma reflexão sobre a trajetória de 20 anos do Programa Cultura Viva […]
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