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Mês da Consciência Negra: indicações para refletir e se emocionar

Imagem: Netflix / Divulgação Série Irmandade

Nesse último mês o Observatório da Diversidade Cultural dedicou seus conteúdos ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. A data oficializada pela Lei nº 12.519, de 2011, e escolhida para homenagear Zumbi, o líder do Quilombo de Palmares, que morreu nesse dia, em 1695, busca reforçar e debater sobre a luta por igualdade para o povo negro.

Para fechar as publicações desse mês de reflexão, O ODC preparou uma lista de indicações que vai desde livros infantis até podcasts. Aproveite!

Leituras para crianças

“Sábado”, de Oge Mora (VR, 2020)

O tão aguardado dia chegou, e a programação de Ava e sua mãe estava na ponta da língua: biblioteca, salão de cabeleireiro, piquenique no parque e espetáculo de marionetes. Só que os planos foram por água abaixo. Mas será que foi mesmo um dia perdido? Por meio de inventivas ilustrações com colagens, a americana Oge Mora nos mostra mulheres negras – mãe e filha – ocupando os lugares. Todos os lugares que elas quiserem!

 

 

“Mãe Sereia”, de Teresa Cárdenas (Pallas, 2018)

Um navio negreiro é o cenário desta narrativa, escrita pela cubana Teresa Cárdenas e ilustrada pela argentina Vanina Starkoff. Nesta ficção, que seria a primeira viagem a levar pessoas escravizadas da África para outro continente, a Mãe Sereia acompanha a travessia para amenizar o sofrimento e o medo desse povo a caminho do desconhecido. Oralidade, religiosidade, fé e poesia caminham juntos nesse livro, intenso e necessário.

 

 

 

Leituras para adultos

“Zumbi”, de Joel Rufino dos Santos (Global Editora, 2015)

Em Zumbi, o autor narra de forma comovente e analítica a biografia do líder negro, a criação, a resistência e a destruição do quilombo de Palmares. Esta história começou há mais de cem anos. Numa noite qualquer do ano de 1597, quarenta escravos fugiam de um engenho no sul de Pernambuco. Fato corriqueiro. Escravos fugiam o tempo todo de todos os engenhos. O número é que parecia excessivo: quarenta de uma vez. Fora também insólito o que fizeram antes de optar pela fuga coletiva: armados de foices, chuços e cacetes, haviam massacrado a população livre da fazenda.

 

 

 

 

“O sentido da liberdade e outros diálogos difíceis”, de Angela Davis (Boitempo, 2022)

O lançamento mais recente da ativista Angela Davis se propõe a analisar a questão que dá título ao livro e a propor caminhos para extinguir todas as formas de opressão que negam aos sujeitos liberdade política, cultural e sexual. Publicados pela primeira vez em português, os doze textos que compõem o livro foram palestras realizadas por Angela Davis entre 1994 e 2009 e abordam a relação entre neoliberalismo, racismo, opressões de gênero e classe e o fenômeno da expansão da indústria da punição (ou complexo industrial-prisional) nos Estados Unidos.

 

 

 

 

Para assistir

Irmandade (Brasil, 2022)

Com Seu Jorge e Naruna Costa nos papéis principais, a série “Irmandade” é ambientada no universo do crime organizado, faz uma crítica ao sistema prisional brasileiro e aborda injustiça social e racismo em um thriller policial. Cristina (Naruna Costa) é uma advogada que nasceu na periferia e tem uma carreira promissora no Ministério Público. A vida aparentemente correta e segura se desestabiliza quando ela descobre que o irmão mais velho, Edson (Seu Jorge), passa por situações de extrema violência na infame Ratoeira, penitenciária superlotada de São Paulo.

Disponível para assinantes Netflix.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=xt11-wM_UdY

 

 

Kbela (Brasil, 2015)

O curta tem roteiro e direção de Yasmin Thayná e apresenta o racismo cotidiano da indústria da beleza, representado pelo alisamento e embranquecimento dos cabelos crespos. O filme mostra uma luta de mulheres negras pela autorrepresentação e empoderamento em uma sociedade racista e machista.

Assista gratuitamente no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=LGNIn5v-3cE&t=13s

 

 

 

 

O Dia de Jerusa (Brasil, 2013)

Uma jovem pesquisadora negra aplica questionários para uma marca de sabão. Na busca por candidatos às entrevistas, ela é recebida por Jerusa, uma senhora moradora de um antigo sobrado. O que seria apenas uma conversa trivial vai se transformando em uma troca de afetos, dores e memórias entre gerações.

Assista gratuitamente na plataforma Itaú Cultural Play: https://assista.itauculturalplay.com.br/

 

 

Para escutar

Mano a Mano (Podcast)

Comandado por de Mano Brown, o podcast está na lista dos mais ouvidos do Brasil, e ganhou notoriedade ao trazer o rapper como entrevistador em conversas sobre temas variados e diferentes. A terceira temporada, lançada recentemente, recebeu a ativista política Angela Davis – a primeira entrevistada internacional do podcast.

Escute: https://open.spotify.com/show/0GnKiYeK11476CfoQEYlEd

 

 

História Preta (Podcast)

Podcast narrativo que tem por objetivo trazer para superfície a memória histórica da população negra no Brasil e no Mundo.

Escute: https://www.b9.com.br/shows/historiapreta/

 

 

 

Para ouvir e sentir

Liniker

Cantora e atriz brasileira, Liniker fez história em 2022 ao vencer o Grammy Latino de melhor álbum de música popular brasileira. Negra e transgênero, ela é a primeira artista assumidamente trans a levar um gramofone de ouro.

Ouça: https://open.spotify.com/artist/2O6q06oNcmOIPg1qidSU3C

 

 

 

Rico Dalasam

Cantor, compositor e rapper brasileiro, Dalasam é assumidamente homossexual e representante da comunidade LGBT no intitulado queer rap. Uma de suas inspirações musicais é a própria aceitação da sexualidade, abordada nas canções “Aceite-C” e “Não Posso Esperar”.

Ouça: https://open.spotify.com/artist/5nbaj9RaJdFNlS5ZxoqN97

 

 

Luedji Luna

Luedji Luna é uma cantora e compositora brasileira, natural de Salvador (BA). Filha de um historiador e uma economista, ambos funcionários públicos e militantes do movimento negro de Salvador, Luedji cresceu sabendo sobre luta, política e revolução. Em entrevistas, revelou que sofria racismo na infância, em sua escola, por parte dos colegas, e que isto a afetou profundamente, fazendo com que ela transformasse esta dor em arte.

Ouça: https://open.spotify.com/artist/0sWTkzCrdEvuX7Du6MFLzc

 

 

Djonga

Rapper, escritor e compositor brasileiro, é considerado um dos nomes mais influentes do rap na atualidade. O artista chama a atenção por sua lírica afiada, marginalizada e agressiva e por suas fortes críticas sociais nas letras.

Ouça: https://open.spotify.com/artist/204IwDdaHE4ymGk9Kya2pY

 

 

 

Para estudar

Plataforma Feminismos Plurais (https://juntospelatransformacao.eadplataforma.com/)

A maior plataforma de conteúdo antirracista do Brasil, é coordenada por Djamila Ribeiro. Trata-se de um espaço virtual de ensino de temas críticos e fundamentais para a compreensão da sociedade brasileira. Disponibiliza diferentes conteúdos criados por renomados professores negros e negras de todo Brasil.

 

 

 

Projeto do Mulheres Negras Decidem (https://mulheresnegrasdecidem.org)

O projeto é uma parceria com o Instituto Marielle Franco, que tem como principal objetivo o fortalecimento de 27 lideranças que se lançaram na política em 2022 por todo Brasil. O grupo se propõe a qualificar e promover a agenda liderada por mulheres negras na política institucional, fortalecendo a democracia brasileira, usando como estratégia a superação da falta dessa representatividade nas instâncias de poder. Atua por meio de formação política, reposicionamento de temas na agenda pública e pesquisas centradas em dados.

 

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