O universo religioso da umbanda para crianças
Exus, Pretos-velhos, Pombas-giras, Caboclos e Meninos de Angola compõem os personagens das histórias do livro Banda de Cá, Banda lá – Umbanda para crianças, escrito pela cientista social e jornalista, Mariana Ramos de Morais. Lançado em Belo Horizonte, em junho, o livro editado pela “Espaço Ampliar” tem ilustrações de Sandra Bianchi e foi produzido por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.
O contexto cultural brasileiro não poderia ser mais apropriado para a iniciativa dedicada aos pequenos. “Há uns três anos, tive a inspiração de escrever sobre a umbanda para o público infantil e surgiram as cinco histórias que compõem o livro “Banda de cá, banda de lá – Umbanda para crianças”, relata a pesquisadora das religiões afro-brasileiras. Adepta da umbanda, Mariana enfatiza que as religiões afro-brasileiras são perseguidas desde o tempo do Brasil Colônia, seja pelo próprio Estado ou por outras denominações religiosas, o que resultou na permanência do preconceito em relação a estas religiões e seus adeptos.
“Mesmo consideradas parte da cultura brasileira, a umbanda, o candomblé, o batuque, a jurema, o tambor de mina, dentre outras denominações religiosas afro-brasileiras, muitas vezes, são tratadas como feitiço ou de forma pejorativa”, afirma, lembrando a importância da escola para a mudança cultural orientada a uma sociedade plural, diversa. “A escola é um dos espaços onde essa pluralidade deve ser trabalhada para que consigamos ter uma sociedade que efetivamente respeite a diferença”, defende.
Segundo a autora, a resposta das crianças às histórias de “Banda de cá, Banda de lá” aparecem na expressão de encantamento – não só delas, mas também de seus pais. A pesquisadora prepara uma proposta que dá continuidade ao livro: oficinas voltadas para professores, principalmente de escolas públicas, para discussão de formas de se trabalhar o livro nas escolas, dentro dos parâmetros da lei 10.639 que institui a obrigatoriedade do ensino da história da África e cultura afro-brasileira.
Mariana Ramos de Morais é graduada em Comunicação Social – Jornalismo, pela PUC Minas; com especialização em Políticas Públicas, pela UFMG, mestrado e doutorado (em curso) em Ciências Sociais (PUC Minas). É autora do livro “Nas teias do sagrado: registros da religiosidade afro-brasileira em Belo Horizonte” (Espaço Ampliar, 2010). O livro “Banda de cá, Banda de lá – Umbanda para crianças” pode ser adquirido, em Belo Horizonte, nas livrarias Quixote e Nandyala.
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