A Fundação Biblioteca Nacional, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e o Arquivo Nacional entraram em mais um capítulo de um projeto de preservação e democratização de seus acervos. O objetivo é integrar os sistemas de dados dessas organizações e facilitar o acesso da população.
A iniciativa visa cumprir a meta estabelecida pelo Governo Federal no Plano Nacional de Cultura de modernizar 50% das bibliotecas públicas até 2020. A primeira vez que representantes das três organizações sentaram para conversar foi em dezembro de 2011, quando o Ministério da Cultura ainda estava sob a gestão da ministra Ana Buarque de Hollanda.
Segundo o presidente do Ibram, José do Nascimento Junior, 105 mil instituições serão beneficiadas. “Queremos estabelecer ações e estratégias para que a gente possa potencializar tanto a preservação quanto a difusão desse material aos pesquisadores e à população.”
Cada uma das três partes trará seu know-how e experiência na catalogação de acervos e documentos. Como explicou Mônica Rizzo, diretora do Centro de Referência e Difusão da Biblioteca Nacional, a entidade vai contribuir como agência bibliográfica responsável pela padronização de processos dentro da biblioteconomia no país. “Queremos difundir de forma integrada todo esse conhecimento que as instituições detêm.”
A plataforma escolhida foi a internet. Para os próximos dez anos, a Fundação espera digitalizar todo seu acervo e disponibilizá-lo na rede. Dez milhões de imagens de livros brasileiros já estão em domínio público, de acordo com Mônica. O Arquivo Nacional, segundo seu diretor-geral, Jaime Antunes da Silva, está priorizando a digitalização dos documentos do período do regime militar, para atender às demandas da Comissão Nacional da Verdade.
Iniciativas também nos EUA
O Arquivo Nacional dos Estados Unidos também tem em sua pauta a disponibilização de seu acervo aos norte-americanos. O arquivo é responsável por registros de agências do Executivo, dos tribunais, do Congresso e de presidentes do país. A entidade detém mais de 500 terabites de dados digitalizados e milhares de documentos impressos, entre relatórios oficiais e correspondências entre autoridades.
Pode parecer muito, porém representa apenas 5% dos registros do governo federal americano, que demora 15 anos para liberar seus arquivos. Com o objetivo de promover de forma ampla o acesso aos documentos, a entidade criou em novembro de 2012 um departamento de inovação. Entre os afazeres da área estão a criação de projetos colaborativos e a formalização de parcerias entre Academia e Mercado.
Ao todo, o Arquivo Nacional dos Estados Unidos possui mais de 135 projetos disponíveis em diferentes plataformas e redes sociais. O ‘The Commons’, no Flickr, é um deles e tem o apoio de organizações da Dinamarca, Noruega, Irlanda, Austrália e Reino Unido. Lá, o internauta é convidado a descrever e adicionar informações das fotografias públicas disponíveis.
Para ampliar suas ações, o Arquivo realiza parcerias com sites como o Ancestry.com, que ajuda pessoas a montarem a árvore genealógica de sua família, e a Wikimedia Foundation, que oferece assessoria em projetos colaborativos. Em um deles, voluntários podem transcrever cartas digitalizadas que tenham sido escritas a mão. “Essas iniciativas são uma nova forma de democracia participatória. Os americanos estão ajudando o governo a proporcionar o acesso aos registros do povo”, disse Pamela Wright, chief innovation officer do Arquivo Nacional.
FONTE: Nós da Comunicação
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