Vivências culturais, intercâmbio acadêmico e debates amplos e diversos marcaram a XII edição do Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Enecult), entre os dias 15 e 18 de novembro, no campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia. Consolidado como o maior evento internacional de estudos em cultura realizado no Brasil, o Enecult reuniu pesquisadores, agentes culturais e curiosos que discutiram sobre temas como acessibilidade cultural, economia solidária, políticas públicas, questões étnico-raciais, gestão cultural e produção musical independente, entre outros.
Seguindo a trajetória de promover o diálogo entre diferentes áreas do conhecimento no campo da cultura, a programação do XII Enecult contou com diversos formatos de interação entre os participantes, desde simpósios e apresentações de trabalhos até minicursos, relatos de experiência e encontros de redes. Segundo o coordenador do evento, José Roberto Severino, “o Enecult possibilita que a cultura seja pensada do ponto de vista cidadão, criativo e de desenvolvimento da sociedade”.
Como de costume, o ponto forte do evento foram as discussões políticas que integraram toda a sua programação, desde a mesa de abertura que levantou questões sobre os caminhos e descaminhos da democracia no Brasil até os simpósios que abordaram temas como ativismo e movimentos sociais no meio digital, financiamento e fomento à cultura nos estados brasileiros e os desafios na representatividade da diversidade cultural. O professor da UFBA e ex-secretário de Cultura do estado, Albino Rubim, é enfático ao afirmar que “a cultura tem uma ligação íntima com a democracia e a liberdade. Não existe cultura sem discussão, sem debate e sem crítica”.
A XII edição do Enecult também integra as comemorações dos 70 anos da UFBA, reafirmando a tradição da Universidade como uma instituição que se dedica a evidenciar a cultura como campo de estudo, desde o momento que foi fundada no reitorado de Edgard Santos e foram criados os primeiros cursos universitários em Dança, Música e Teatro do país. “A existência de um evento desta natureza e amplitude sinaliza a excelência histórica dessa Universidade na abordagem, na pesquisa e nos estudos sobre o campo da cultura no cenário brasileiro”, ressalta o vice-reitor da UFBA, Paulo Miguez.
Um dos destaques na programação do XII Enecult foi a participação do Artista indígena de Macuxi de Roraima, Jaider Esbell. Vencedor do Prêmio Bolsa Funarte/Minc de Criação literária 2010 e Prêmio Pipa online 2016, Jaider levou para o evento sua exposição “ It was Amazon It” (Era uma vez Amazônia), que aborda, através de 16 obras em preto e branco, os impactos dos abusos sofridos nos processos de exploração e degradação da região Amazônica.
Além da exposição, o artista participou da roda de conversas no Simpósio “Descolonização do Conhecimento e Diversidade” e trouxe provocações sobre a relação da cultura com a sustentabilidade. “Eu acredito que a exploração generalizada da Amazônia é um problema que impacta diretamente a sociedade e inviabiliza a manifestação plena da nossa cultura”. Jaider explica que a sua arte tem o propósito de despertar a conscientização das pessoas, unindo conhecimento, cultura e ancestralidade voltadas às questões ambientais.
Fonte: EdgarDigital/UFBA
Imagens: Liz Santana
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