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Do projeto à realização

NOZZx4: Letícia, Sofia, Fred e Zuleide

Aprovação em edital e financiamento coletivo são algumas formas de viabilizar projetos de ex-alunos do ODC

Um projeto é, por princípio, uma ideia considerada viável, que mobiliza ações em torno de determinado propósito. Para um grupo de alunos do curso Desenvolvimento e Gestão Cultural, a proposta coletiva desenvolvida durante as aulas está se tornando realidade. A fonte de inspiração: Belo Horizonte, metrópole peculiar, com ares de cidade do interior, cujo apelido, Roça Grande, deu o primeiro nome à iniciativa. A jornalista, roteirista e redatora publicitária Sofia Fada; a relações públicas e produtora cultural Letícia Mendes; Fred Carvalho, publicitário, fotógrafo e designer e a doutoranda em Linguística e analista da Defensoria Pública da União, Zuleide Filgueiras, seguiram as trilhas de Minas para reunir as experiências de quem vive em BH.

A ideia é promover a interação entre os modos de ser, expectativas das pessoas e padrões de relacionamento que tornam singular a vida em Belo Horizonte. Algumas questões impulsionaram o grupo: Quem mora em BH mantém contato com os seus conterrâneos? Permanecem os laços afetivos, profissionais e culturais? Em muitos casos, perde-se o vínculo e esse é justamente um dos sentidos que os mineiros podem partilhar ao participar do projeto Confraria Gerais – nome definitivo conferido à rede, segundo o grupo, para não limitar a proposta ao se ampliar a área de atuação.

“O que o site Confrarias Gerais pretende é se tornar um espaço para o encontro e a interação entre as pessoas que vieram do interior para BH. Reforçar os laços que as unem aos seus conterrâneos, à sua cultura e à sua própria identidade. Ao mesmo tempo, estreitar os laços com os outros moradores da capital mineira e a identificação dos ‘forasteiros’ com BH, além de criar um intercâmbio de culturas, serviços e informações entre as cidades mineiras”, diz Sofia Fada.

“Depois de apresentarmos a ideia em sala de aula, resolvemos inscrever o projeto na Lei Estadual de Incentivo à Cultura e, a partir de então, o que era um trabalho de grupo se transformou em uma possibilidade real de atuação profissional para os integrantes que levaram o projeto adiante”, completa. O grupo realizou adaptações necessários quanto ao objetivo, justificativa e orçamento do site, além de aprofundar a pesquisa sobre o tema. “O valor aprovado – R$ 200 mil será usado para criar e desenvolver o site. Ainda estamos em fase de captação do patrocínio e estamos inscrevendo o projeto também na Lei Rouanet, com o objetivo de garantir verba para manutenção do site”, informa Sofia.

 

Financiamento coletivo

Brenda e Pâmila: banda Cáustica

O encontro de Brenda Marques Pena e Pâmilla Villas Boas, durante o curso de Gestão Cultural do ODC, resultou na formação da banda Cáustica, em 2010. A apresentação do trabalho da dupla de jornalistas que atuam, também, como produtoras culturais, compositoras e instrumentistas, está no site Movere, em busca de financiamento coletivo: “Somos a Banda Cáustica, um trio de musicistas que aposta no lugar fronteiriço entre o Rock e outras vertentes musicais. Estamos aqui para gravar o nosso primeiro CD, o Musas e Medusas. O disco surgiu da pesquisa sonora e poética que procura trazer à tona angústias e experiências do universo feminino com a sutileza típica das mulheres Cáusticas. O trabalho aposta em influências diversas como o jazz, o pop e o rock em busca de uma sonoridade única e de uma dissolução capaz de contagiar e estarrecer todos vocês. O CD Musas e Medusas terá dez faixas e será gravado em Belo Horizonte entre maio e junho de 2012”.

Para a gravação serão necessários R$ 9 mil que inclui os custos de estúdio, mixagem e masterização do áudio. O retorno aos colaboradores: CD autografado com agradecimento no encarte, camisetas, kit Musas e Medusas, livro de poesia autografado pelas autoras e integrantes da Cáustica, com direito a “comemorações após o show e música especial feita para os apoiadores”. O CD Musas e Medusas é o primeiro da banda que já gravou quatro músicas disponibilizadas pela internet no Myspace da Banda, em 2011.

O CD prevê participação especial de artistas e bandas consagradas como, por exemplo, Plebe Rude, Jorge Mautner e Marcus Vianna. Os shows de lançamento do trabalho foram feitos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Seguro e Arraial D´Ajuda. Outra forma de viabilizar o projeto da banda, o financiamento via Lei Estadual de Incentivo à Cultura abrange a gravação, mixagem, prensagem de 3 mil CDs e realização de shows em cidades do Brasil e de Portugal. A produção musical será de Chico Neves, que já atuou com artistas como Skank, Gilberto Gil e Arnaldo Antunes.

Confraria Gerais

Sofia Fada afirma que a rede promoverá a diversidade cultural, por meio do  intercâmbio de saberes e fazeres e o reforço da identidade e dos costumes. A ideia é que os recém chegados à capital mineira sejam acolhidos pelos integrantes que contarão ainda com os seguintes serviços: ofertas de moradia, emprego, serviços e transporte, além de divulgação de eventos e atuação artística. A intenção é ainda de que a rede contribua para o fortalecimento da economia solidária em Minas Gerais, ao estimular o desenvolvimento sustentável e expandir as oportunidades oferecidas.

Os conteúdos serão produzidos de forma colaborativa, incluindo seções de notícias, eventos e serviços. Além disso, a equipe de redatores atualizará as informações noticiosas do portal, relativas ao que acontece em BH e cidades do interior representativas em suas regiões, nos campos da cultura, sociedade e política. O serviço “Carona solidária” abrirá os caminhos para as diferentes cidades.

Inicialmente, participarão do projeto 15 comunidades, do mesmo número de cidades do interior que tenham grande representatividade na região onde se inserem e na capital mineira. A ideia é, com um ano de atividade, ampliar esse número para o total de 30 participantes. A escolha das cidades decorrerá de pesquisa dos dados de migração do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de outras instituições.

A equipe de trabalho, com escritório em Belo Horizonte, será composta de uma dupla de redatores, além de relações públicas, designer, produtora, programador e diretora de conteúdo. E, para incentivar a participação, já estão previstas parcerias com escolas, universidades, prefeituras e instituições, além de ações diferenciadas de marketing e divulgação, como a realização de vídeos virais e a promoção de concursos culturais.

O encontro dos integrantes, durante o curso do ODC, renderá muitos frutos; juntos, pretendem ir longe: além do site Confrarias Gerais, desenvolvem outros projetos, em fase de abertura da empresa Nozzx 4 que vem ampliar a atuação na área da cultura. Atualmente, a equipe pesquisa sobre as cidades inicialmente contempladas, desenvolvem mapa do site, criação da logomarca e identidade visual do projeto. Este mês, concluem pesquisa de amostragem com pessoas que vieram do interior e moram em BH, para identificar demandas e necessidades do público alvo.

“Nosso grupo está muito confiante no sucesso do projeto, tanto que estamos desenvolvendo algumas etapas antes mesmo de viabilizarmos o patrocínio. O nosso objetivo é colocar o site no ar ainda esse semestre”, enfatiza Sofia. Também estamos vislumbrando vários desdobramentos para o projeto, como a realização de concursos culturais mensais com temas diferenciados, a realização de um documentário e a criação de uma revista. Além disso, temos a intenção de, no futuro, buscar parcerias e verba fora das leis de incentivo”, adianta.

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