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Encontro reúne gestores da região amazônica

Integrantes compartilharam experiências e pensaram, juntos, caminhos para  florescimento de políticas culturais

Texto e Fotos: Emanuelly Falqueto, da Assessoria de Comunicação da FGB

Numa parte da floresta amazônica, bem ali pertinho das gameleiras centenárias de Rio Branco, no Cine Teatro Recreio, reuniram-se gestores de cultura das capitais da região norte, dias 15, 16 e 17 de agosto. O 2º Encontro do Fórum de Gestores das Capitais da Região Norte tinha por objetivo o velho dito “a união faz a força”, pois, juntos, os gestores do norte do país dialogaram, trocaram boas ideias, compartilharam suas experiências e pensaram caminhos para o florescimento de políticas culturais. Semelhante às frondosas gameleiras do calçadão do nosso rio Acre, as políticas culturais da nossa região precisam ficar mais próximas, fincando raízes profundas e trazendo sombra para todos os cidadãos amazônicos.

A semente do 2º Encontro do Fórum de Gestores das Capitais da Região Norte nasceu em Manaus, quando aconteceu o primeiro encontro em 1º de junho deste ano. Lá foi iniciado o debate sobre as especificidades da nossa região ao gerir políticas culturais para este solo, o que foi conceituado como Custo Amazônico. “O recurso é fundamental para que tenhamos a arte fomentada e ganhando proporção, e a dificuldade para que possamos chegar até o recurso faz com que trabalhemos de forma muito árdua”, comenta Altair Santos, “Tatá”, gestor da Fundação de Cultura do município de Porto Velho.

O acesso a outros municípios na região amazônica é difícil, tem canto que só indo de barco ou avião. Mas, isso não é ruim, não é para construirmos pontes e derrubarmos a floresta. Faz parte da nossa identidade cultural de cidadão nortista. Por isso, o II Encontro caminha para que o “Custo Amazônico” seja reconhecido em editais, programas, projetos e outras ações nacionais, como cobrou o prefeito do município Raimundo Angelim.

No II Encontro do Fórum de Gestores das Capitais da região norte, estiveram presentes o Altair Santos de Porto Velho (Rôndonia), Osmar Marques da Silva Jr. – Boa Vista (Roraima), Lívia Mendes de Manaus (Amazônas), Kátia Flores de Palmas (Tocantins), a nossa gestora Eurilinda Figueiredo, além dos convidados do Observatório da Diversidade Cultural José Marcio Barros e Giselle Lucena, e do Minc, Ângela Andrade da Secretaria de Articulação Institucional, José Murilo da Coordenação Geral de Cultura Digital e Suzete Nunes da Coordenação Geral de Ações Empreendedoras. E, também, a comissão executiva dos Conselhos estadual e municipal de cultura, e a comissão executiva do Conselho Municipal de Esporte e Lazer.

Na sombrinha fresca

Na sombra da manhã começamos as atividades do primeiro dia com apresentações culturais, e no ritmo seguimos com as discussões, primeiro com a exposição de Ângela Andrade sobre o Sistema Nacional de Cultura, depois com as explanações de cada gestor das capitais da Região Norte presentes. Foi um momento importante de compartilhar dificuldades e experiências.

Já na tarde foi o momento de falarmos sobre os Sistemas de Informações e Indicadores Culturais (SIIC) nacional, estadual e municipal. O SIIC tem como finalidade constituir-se de diferentes bancos de dados nas três esferas do poder, voltados a reunir, organizar e fazer circular as informações culturais. Sejam elas destinadas aos fazedores culturais, equipamentos, e serviços, de forma a permitir que todas as instâncias da sociedade acessem os resultados. Servindo também, como instrumento de base para o planejamento e gestão das políticas culturais. Todos de forma integrada, o sistema do município, do estado e o nacional.

Discussões importantíssimas

Na tarde da terça-feira, dia 16, os gestores da região norte numa conversa de roda deram encaminhamento aos assuntos do Fórum, como o lugar para o próximo encontro do Fórum de Gestores das Capitais da Região Norte. Também expuseram seus anseios, além das ações que pretendem empregar depois das discussões proporcionadas pelo II Encontro.

“Os fóruns setoriais e territoriais são hoje um instrumento político de planejamento e ação muito importantes. No caso específico daqui, da região Norte. Na verdade, nenhum estado ou capital, não tem nem proximidade geográfica, e nem ação conjunta e articulada. Então, acho que esse Fórum também atende a necessidade de realizar isso. Foram debatidos assuntos muito importantes. Foi uma oportunidade de troca de experiência e, ao mesmo tempo, de construção de uma agenda mínima de trabalho”, disse José Marcio Barros do Observatório da Diversidade Cultura que fica em Minas Gerais, e veio participar do encontro.

Municípios do Acre

Paralelo ao II Encontro do Fórum de Gestores aconteceu a reunião com os gestores de cultura dos municípios do Acre. Para que os gestores dos municípios acreanos fossem impulsionados a elaborarem políticas culturais para os municípios do Estado. Com o compromisso do prefeito Raimundo Angelim enquanto presidente da Associação de Municípios Acreanos de falar com os prefeitos dos outros municípios para o engajamento com as políticas culturais, similar ao envolvimento da prefeitura de Rio Branco.

Afinal, Rio Branco foi o primeiro município do Brasil a ter seu Sistema Municipal de Cultura criado em lei. Além de outras experiências na área de políticas culturas que são objeto de estudos. Como fala José Márcio “o meu interesse, a minha curiosidade e ao mesmo tempo esse crescente compromisso de acompanhar as coisas aqui, é porque tenho notado que no Acre, especialmente em Rio Branco, vocês experimentam algumas soluções políticas institucionais que boa parte das outras capitais, ilusoriamente chamadas de capitais–estados mais desenvolvidos, ainda não foram capazes de desenvolver. Então, a minha admiração com este Estado é porque aqui, além dessa riqueza cultural e ambiental, há uma experiência histórica política muito pouco conhecida e muito avançada, pensada no modelo democrático de construir políticas culturais”.

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