Grupo da juventude da ONU Brasil promoveu na semana passada, em parceria com a Câmara Ligada da Câmara dos Deputados, debates sobre juventude e políticas de drogas no país. O encontro foi realizado na Casa da ONU, em Brasília, coordenado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
O evento foi organizado pelo Grupo Assessor Interagencial sobre Juventude, que busca promover espaço de diálogo entre o governo, a sociedade civil e as Nações Unidas. A iniciativa faz parte das comemorações do Dia Internacional da Juventude.
No período da manhã, o tema debatido foi direcionado para política de drogas e os impactos sobre o cotidiano de jovens brasileiros. Durante a tarde, foram discutidos os desafios, as tendências e as possibilidades da política de drogas atual. Foi mostrada como urgente a necessidade de pensar formas de fortalecer a paz, segurança e agenda da juventude. De acordo com os participantes, os jovens negros e periféricos são as maiores vítimas da violência policial e do encarceramento em massa.
O Secretário Nacional da Juventude, Francisco Costa Filho, comenta sobre a retomada do Programa Juventude Viva, projeto que visa reduzir as situações de vulnerabilidade enfrentadas pela juventude negra. “Entre os encarcerados, sabemos que mais de 70% são jovens negros de 18 a 35 anos, números que mostram que a violência do Brasil tem um público-alvo específico. Com a retomada do Juventude Viva, queremos resgatar como uma dívida histórica de desigualdade que o Estado tem com esses jovens, depois de anos negando políticas públicas que desde sempre deveriam estar ao seu alcance”, afirmou o secretário.
Maurício Fiore, coordenador científico da Plataforma Brasileira de Políticas de Drogas, ressaltou a não abertura para alternativas que poderiam regular o mercado, como uma forma gradual de combate que gerasse menos vítimas da violência que conduz o discurso de conflito da política atual. “Temos que assumir que realmente devemos pensar no nível de dano que as substâncias provocam, mas a melhor maneira é pensar a forma como você regula o comércio das substâncias, defende a regulação para evitar a contínua criminalização do usuário e do jovem negro e periférico que apenas está na ponta desse conflito”, explicou.
Kelly Quirino, doutoranda em comunicação pela UNB, compara a cobertura da mídia brasileira e norte-americana em cima do tema de juventude negra. Enquanto nos EUA, país marcado pela violência racial, as matérias jornalísticas focam nas histórias das vítimas e nas dores da família e amigos, a mídia brasileira coloca o negro assassinado no pensamento que “bandido bom é bandido morto”. “Encontramos nos programas policiais um pré-julgamento dos casos quando seu papel deveria ser o de questionamento dessas mortes. Na imprensa brasileira, a violência é um produto à venda, e o corpo humano negro não tem significado”, critica Kelly.
Imagem: Portal ONU Brasil
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