Fonte: Viajabi
Canadá lançará uma moeda comemorativa de 1 dólar canadense para celebrar os 50 anos do fim de uma lei que criminalizava a homossexualidade.
O atual primeiro ministro, Justin Trudeau, aprovou no último dia 14 de dezembro, enquanto eu estava em Toronto, o lançamento dessa moeda especial de 1 dólar canadense, que será lançada no próximo ano, ainda sem data exata. Em 2019, serão celebrados os 50 anos da remoção de sanções criminais contra a homossexualidade, em 1969.
Em tempo, o símbolo do dólar canadense pode ser marcado como C$ ou como CAD.
A data oficial e o artista por trás do novo design estão sendo mantidos sob sigilo pelo Royal Canadian Mint, a instituição oficial de produção de moedas no país, para “maximizar o impacto” no lançamento. Eles não chegaram a divulgar nenhuma foto ou qualquer outra informação sobre a nova moeda de 1 dólar canadense até o momento.
Mas como tudo que é proibido, é mais gostoso, já estão rolando rumores sobre o novo design e até as iniciais do artista: R.A. Tem palpites de quem seja? Eu não…
[sempre quis usar esse alerta de spoiler e agora chegou o momento]*Spoiler alert*: Segundo o site de notícias canadenses CBC, um pedido de gabinete recém-publicado descreve o design como “…renderização estilizada de duas faces humanas sobrepostas dentro de um grande círculo, a metade esquerda da face esquerda na vista frontal e a face direita de perfil voltada para a esquerda, as duas faces formando uma face inteira na frente, composta de dois olhos com sobrancelhas, um nariz , uma boca e duas orelhas com um pequeno brinco de argola na orelha esquerda…”
As datas, 1969 e 2019 também estarão na moeda, segundo o CBC, assim como a palavra “igualdade” em inglês e francês.
É icônico que Justin Trudeau tenha aprovado o novo design da moeda, pois o que ela celebra teve início com seu pai, Pierre Trudeau, então Ministro da Justiça, que fez emendas ao código criminal e deu declarações como: “não há lugar para o Estado nos quartos dessa nação”.
Dois anos depois, em 1969, a atividade sexual consensual entre pessoas adultas do mesmo sexo foi descriminalizada. A data coincide com as rebeliões de Stonewall, em Nova York, que deram início às Paradas LGBT+ pelo mundo.
E em tão pouco tempo, o Canadá passou a ser, talvez, o país mais liberal do mundo, tendo em Toronto sua porta de entrada na cidade mais diversa que já visitei.
A aprovação desse novo design para a moeda de 1 dólar canadense vem na sequência de uma nova lei que entrou em vigor em junho desse ano, como parte das desculpas de Justin Trudeau aos LGBT+ canadenses por atos de discriminação por parte das autoridades.
O Ato de Eliminação de Condenações Historicamente Injustas (Expungement of Historically Unjust Convictions Act) permitiu que quem tenha sido condenadx por atividades consensuais entre pessoas adultas do mesmo sexo possa aplicar para a destruição ou remoção permanente desses registros criminais, o que afeta cerca de 9 mil pessoas.
Além desse ato, essa desculpa oficial de Trudeau e do país todo veio oficialmente com um orçamento de 145 milhões de dólares canadenses. Desses, 110 milhões vão para compensação de ex-funcionários públicos que são LGBT e que tiveram suas carreiras marginalizadas ou encerradas por conta de sua sexualidade e outros 15 milhões, para esforços de reconciliação histórica, educação e reforço da memória.
Ou seja, bi, é algo que vai ser difícil enxergar no Brasil em um futuro próximo, mesmo sendo o país que mais mata pessoas LGBT+ no mundo.
Vale lembrar que no começo de 2018, o Bank of Canada lançou também um novo design para a nota de 10 dólares canadenses com o rosto de Viola Desmond, uma mulher negra que desafiou a segregação racial em um cinema de New Glasgow.
Diferente de ações que só visam lucrar em cima da comunidade, o porta-voz da Mint, Alex Reeves, disse que dois grupos LGBT+ foram consultados durante o planejamento dessa ação com a moeda de dólar canadense. Um deles, baseado em Toronto, foi o Egale Canada. Outro, de Ottawa (capital do país), foi o Canadian Centre for Gender and Sexual Diversity (CCGSD).
Esse último grupo fez parte de campanhas educativas sobre discriminação histórica e Cameron Aitken, um porta-voz, fez também um reforço que essa descriminalização em 1969 foi apenas parcial, porque “adultos consensuais” limitava o direito às pessoas acima de 21 anos e lembrando que muitas pessoas foram presas depois dessa data.
Mas, ainda assim, acredito que o Canadá está pagando por isso… literalmente, né?
Com informações da CBC.
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