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Para os olímpicos refugiados, é mais do que um simples jogo

ODC_2016_08_16_01_Para os olímpicos refugiados, é mais do que um simples jogo“Das 20 pessoas amontoadas no barco da Turquia para Lesbos, eu era uma das quatro que sabiam nadar”, disse Yusra Mardini, nadadora síria e um dos mais novas da Equipe Olímpica de Atletas Refugiados.

“Quando o barco quebrou após 30 minutos de viagem, minha irmã e eu pulamos e começamos a empurrá-lo para a costa. Então, eu pensei: lá estava eu, uma nadadora, que iria acabar morrendo na água”.

Porém, Yusra não morreu e, ao invés disso, graças a suas habilidades atléticas, ela foi capaz de empurrar o barco por mais de três horas, alcançando a costa da Grécia e salvando a vida de todas as 20 pessoas a bordo.

Yusra e sua irmã viajaram então pela Europa até a Alemanha, onde se instalaram, em Berlim, em setembro de 2015. Lá, ela retomou sua paixão, a natação, e logo chamou atenção do time alemão de natação Wasserfreunde Spandau 04.

Em março de 2016, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou a criação da primeira Equipe Olímpica de Atletas Refugiados da história para os Jogos de 2016, como parte do esforço para mostrar solidariedade aos refugiados do mundo e apoiar atletas que tiveram de deixar sua pátria e não pertenciam a nenhum time nacional.

Ao todo, dez jovens atletas foram selecionados para o time, incluindo cinco corredores do Sudão do Sul, um maratonista da Etiópia, dois judocas da República Democrática do Congo (RDC) e dois nadadores da Síria, Rami Anis e Yusra Mardini.

Todos os jovens atletas que representam o time de refugiados no Rio superaram enormes adversidades, incluindo a fome, a guerra e a perda de amigos e parentes. Além disso, muitos deles, como Yusra, arriscaram a vida por uma chance para se destacar em outros lugares.

Para o presidente do COI, Thomas Bach, a inclusão dos refugiados nos Jogos Olímpicos de 2016 enviará uma mensagem importante para o mundo. “Estes atletas refugiados mostrarão ao mundo que, apesar das tragédias inimagináveis que tiveram de enfrentar, qualquer um pode contribuir com a sociedade, por meio de seus talentos, habilidades e força do espírito humano”, afirmou ele.

Certamente, esse é o sentimento que repercute no trabalho da UNESCO de promover a importância do direito de todas as crianças de ter acesso ao esporte e do marco universal dos valores do esporte, como a igualdade, o respeito, a justiça e a inclusão.

O espírito humano descrito por Bach também é evidente na protagonista de nossa #YouthOfUNESCO, Yusra Mardini, e certamente a levará longe. “Quando você é um atleta, não importa se você é da Síria, de Londres ou da Alemanha. Na água, não existe diferença entre refugiados e não refugiados. É só você, a sua raia, a sua touca de natação e a competição”.

Fonte: UnescoPress

Imagem: UnescoPress

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