Estudo do IBGE destaca reconhecimento, por 63,7% dos entrevistados, de que a cor ou raça influencia na vida
No Brasil, a raça ou a cor têm influência nas relações do trabalho, seguido pela relação com a polícia/justiça, convívio social e escola. A conclusão é da Pesquisa das Características Étnico-Raciais da População: um Estudo das Categorias de Classificação de Cor ou Raça” (PCERP), que coletou informações, em 2008, através de amostra de cerca de 15 mil domicílios nos estados do Amazonas, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal. O resultado dá conta de que 63,7% dos entrevistados percebem sua raça ou cor como fatores influentes em espaços da vida social.
Total de 96% dos entrevistados informou saber a própria cor ou raça. As cinco categorias de classificação do IBGE (branca, preta, parda, amarela e indígena), além dos termos “morena” e “negra”, foram empregadas. Entre as dimensões da própria identificação de cor ou raça, em primeiro lugar vem a “cor da pele”, com 74% de citações, seguida por “origem familiar” (62%), e “traços físicos” (54%).
A pesquisa abordou vários elementos de identificação do entrevistado. Uma pessoa de 15 anos ou mais de idade foi entrevistada por domicílio, selecionada aleatoriamente. A partir de uma pergunta aberta, foram avaliadas dimensões que compõem a identificação de cor ou raça para “as pessoas em geral” e para o próprio entrevistado, como cultura, traços físicos, origem familiar e cor da pele. O entrevistado respondeu sobre sua origem familiar e alternativas de identificação. A pesquisa apurou ainda informações ligadas à educação e inserção ocupacional do pai e da mãe da pessoa entrevistada. Muitas perguntas permitiram respostas múltiplas. O entrevistador atribuía também uma cor ou raça ao entrevistado, com uma pergunta aberta. Por último, o estudo tratou da percepção da cor ou raça em alguns espaços da vida social.
Conclusões
Influência da cor ou raça
Distrito Federal (77,0%) registra maior percentual de resposta afirmativa e Amazonas o menor (54,8%);
Mulheres apresentam percentual maior do que os homens: 66,8% delas disseram que a cor ou raça influenciava, contra 60,2% deles;
Na divisão por grupos etários, maiores percentuais de resposta afirmativa vêm das pessoas de 25 a 39 anos (67,8%), seguidas de pessoas de 15 a 24 anos de idade (67,2%). Os dois grupos alternam-se na liderança desse quesito em todos os estados; no DF, grupo de 40 a 59 anos destaca-se com 79,5%.
Trabalho
DF registra maiores percentuais de percepção da influência da cor ou raça em quase todas as situações: “trabalho” (86,2%), “relação com justiça/polícia” (74,1%), “convívio social” (78,1%), “escola” (71,4%) e “repartições públicas” (68,3%). No quesito “casamento”, Paraíba: 49,5% vem à frente seguida do DF: 48,1%.
Própria cor ou raça
Amazonas tem menor percentual de respostas para cor “branca” (16,2%) e maior proporção de uso do termo “morena” (49,2%);
Maior percentual da resposta “negra” foi no DF (10,9%) que registrou respostas “branca” e “parda” em proporções iguais (29,5%);
Nível de consistência é alto na comparação entre classificação de cor ou raça do entrevistado feita por ele mesmo e a atribuída pelo entrevistador, exceto para o caso da categoria “morena”, mais usada pelo entrevistado (21,7%) do que pelo entrevistador (9,3%);
Na Paraíba, 45,7% dos entrevistados se autoclassificam como “morenos”; termo só foi usado pelos entrevistadores em 4,3% dos casos.
Cor da pele
Entre as dimensões de identificação oferecidas pelo estudo em relação à auto-identificação de cor ou raça, a “cor da pele” é citada por 74% dos entrevistados. Na sequência: “origem familiar” (62%) e “traços físicos” (54%);
Na identificação das “pessoas em geral”, dimensão mais citada foi a “cor da pele” (82,3% dos entrevistados), seguida de “traços físicos” (57,7%) e “origem familiar, antepassados” (47,6%).
Acesse aqui a íntegra da Pesquisa das Características Étnico-Raciais da População: um Estudo das Categorias de Classificação de Cor ou Raça.
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