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Relat贸rio do UNICEF apresenta desafios do ensino m茅dio no Brasil

UNICEF

Publica莽茫o faz uma radiografia do ensino m茅dio a partir de an谩lise de dados estat铆sticos e de uma pesquisa in茅dita com adolescentes
Trabalho precoce, gravidez e viol锚ncia s茫o alguns dos desafios apontados por adolescentes na pesquisa

Bras铆lia/Belo Horizonte, 11 de mar莽o de 2015 鈥 Um relat贸rio lan莽ado nesta quarta-feira pelo UNICEF mostra que universalizar o ensino m茅dio com qualidade permanece, ainda hoje, um dos principais desafios da educa莽茫o no Pa铆s. Ainda que nas duas 煤ltimas d茅cadas os indicadores de acesso e de perman锚ncia tenham evolu铆do, o Brasil apenas conseguir谩 universalizar o ensino m茅dio em 30 anos se as condi莽玫es atuais na educa莽茫o prevalecerem.

脡 o que mostra a publica莽茫o 10 Desafios do Ensino M茅dio no Brasil, apresentada hoje no Semin谩rio 鈥淓nsino M茅dio no Brasil: sujeitos, tempos, espa莽os e saberes鈥, que est谩 sendo realizado entre 11 e 13 de mar莽o, em Belo Horizonte, pelo Observat贸rio da Juventude da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

De 2004 a 2014, o percentual de adolescentes de 15 a 17 anos matriculados no ensino m茅dio aumentou de 47,5% para 59,5%, uma evolu莽茫o melhor que em anos anteriores. No entanto, cerca de 1,7 milh茫o de adolescentes de 15 a 17 anos (16,3% dessa popula莽茫o) ainda est茫o fora da escola, segundo dados da Pnad 2011. Entre os que est茫o matriculados, 35,2% (em torno de 3,1 milh玫es) ainda frequentam o ensino fundamental.

鈥淥 Brasil conquistou grandes avan莽os no ensino m茅dio, mas agora 茅 preciso acelerar esse processo e garantir a qualidade do ensino鈥, diz M谩rio Volpi, coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do UNICEF no Brasil. 鈥淚sso ser谩 poss铆vel por meio de metodologias de ensino que estejam em sintonia com o contexto, as viv锚ncias e as expectativas dos pr贸prios adolescentes.鈥

Por essa raz茫o, al茅m de trazer an谩lises e levantamentos estat铆sticos, o relat贸rio do UNICEF apresenta os desafios apontados por 250 adolescentes que est茫o fora da escola ou em risco de abandon谩-la. O objetivo da pesquisa, realizada pelo Observat贸rio da Juventude da UFMG, foi entender o que os impede de permanecer na escola e progredir em seus estudos.

Foram realizadas entrevistas por meio de grupos focais nas cidades de Belo Horizonte (MG), Bras铆lia (DF), Bel茅m (PA), Fortaleza (CE), S茫o Paulo (SP) e Santana do Riacho (MG) entre outubro e dezembro de 2012 e entre maio e novembro de 2013.

Trabalho precoce, gravidez e viol锚ncia familiar e no entorno da escola, falta de acesso 脿 escola na zona rural e aus锚ncia de proposta pedag贸gicas inovadoras s茫o alguns dos desafios apontados pelos adolescentes entrevistados, independentemente do lugar onde vivem.

Allan Weskley, de 18 anos, estudante de Belo Horizonte, uma das cidades inclu铆das na pesquisa, contou que vivencia alguns desses problemas em sua escola. 鈥淎s turmas come莽am com 40 alunos e terminam com 25. Todo ano vemos a mesma coisa. Eu converso com meus amigos que pararam e escuto sobre a dificuldade que existe em conciliar trabalho e estudo鈥, relatou o jovem, que faz parte de um grupo de 80 adolescentes que vai participar do semin谩rio.

Nas entrevistas, os alunos de diferentes cidades fizeram cr铆ticas ao curr铆culo, que consideram distante de sua realidade. 鈥淕ostaria que os professores deixassem as mat茅rias mais simples, ensinassem alguma coisa que fizesse parte de nossa vida鈥, disse um adolescente de Fortaleza, que abandonou a escola no ensino fundamental.

O tema da viol锚ncia esteve presente na pesquisa. Uma adolescente de Bras铆lia que parou de estudar durante o ensino m茅dio relatou: 鈥渆u parei de estudar por causa da guerra [disputa entre grupos rivais do tr谩fico] (…) Tenho medo de ir para a escola e eles tentarem fazer alguma coisa comigo, me matar. A铆, eu n茫o vou mais para a escola鈥.

Outro ponto levantado pelos entrevistados 茅 a rela莽茫o que dos alunos com professores. Segundo eles, a escola e os professores n茫o abrem espa莽os para os alunos se manifestarem. Eles afirmaram que s茫o infantilizados e n茫o s茫o considerados nas decis玫es sobre o cotidiano escolar. 鈥淭em dias que eu nem mato a aula, a aula 茅 que me mata鈥, disse um adolescente de Bras铆lia que est谩 cursando o ensino fundamental.

Material inovador
Como parte dos esfor莽os para superar esses desafios, ser谩 lan莽ada no semin谩rio desta semana a cole莽茫o de Cadernos Tem谩ticos Juventude Brasileira e Ensino M茅dio. A colet芒nea foi elaborada em formato de cadernos tem谩ticos, com 13 cadernos referentes aos temas abordados nos m贸dulos do curso e um caderno com propostas de atividades e oficinas que cada professor poder谩 desenvolver na escola.

Sobre o UNICEF
O Fundo das Na莽玫es Unidas para a Inf芒ncia (UNICEF) promove os direitos e o bem-estar de cada crian莽a em tudo o que faz. Juntamente com os nossos parceiros, trabalhamos em 190 pa铆ses e territ贸rios para transformar esse nosso compromisso em a莽玫es concretas que beneficiem todas as crian莽as, em qualquer parte do mundo, concentrando especialmente os nossos esfor莽os para chegar 脿s crian莽as mais vulner谩veis e exclu铆das.

Fonte: UNICEF Brasil

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