REPRODUÇÃO: CETIC
Presença na rede e digitalização de acervos são alguns dos pontos investigados pela pesquisa
A pesquisa TIC Cultura 2018, lançada nesta terça-feira (23) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), aponta variações regionais no uso de Internet por equipamentos culturais no Brasil. No caso das bibliotecas, por exemplo, o uso de Internet é menor no Norte (49%) e Nordeste (51%) em relação ao Sul (83%).
De acordo com a pesquisa, a falta de infraestrutura de acesso à Internet (mencionada por 15% das bibliotecas e 9% dos museus) e o alto custo de conexão (mencionado por 12% das bibliotecas e 8% dos museus) são os principais motivos para as instituições não usarem a rede.
No que diz respeito à qualidade da conexão, a TIC Cultura 2018 revela que praticamente todos os tipos de equipamentos culturais investigados possuem conexões de até 10 Mbps, o que pode restringir a realização de atividades mais sofisticadas e que exigem maior velocidade de conexão, como é o caso da transmissão de vídeos via streaming.
A pesquisa também investiga se os equipamentos culturais disponibilizam essas tecnologias para uso do público. No caso da oferta de computadores para os usuários, arquivos e pontos de cultura possuem patamares mais elevados (ambos com 52%); já a oferta de conexão WiFi não ultrapassa metade das instituições em nenhum dos tipos de equipamentos.
“Os dados da pesquisa reforçam a necessidade da promoção de políticas públicas para a efetiva implantação de banda larga e conexão WiFi nos equipamentos culturais brasileiros, para a redução das desigualdades no acesso digital por parte da população. Nesse contexto, as bibliotecas possuem extrema relevância, pois existem em maior número e estão distribuídas por todo o país”, avalia Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.
Presença e uso da Internet
As instituições culturais estão mais presentes na Internet por meio de perfis em redes sociais do que por sítios na rede. A maioria possui website próprio somente entre arquivos(56%) e cinemas (71%). Os cinemas também estão entre os mais presentes nas redes sociais (83%), junto aos pontos de cultura (79%). As plataformas on-line são utilizadas principalmente para a divulgação de notícias, atividades e programação oferecida ao público, o que ocorre em mais da metade dos websites de arquivos, cinemas, pontos de cultura e teatros e nas redes sociais com cerca de três em cada quatro cinemas e pontos de cultura.
Por outro lado, a pesquisa TIC Cultura 2018 revela que estão menos presentes ferramentas que poderiam ampliar o acesso remoto às atividades e aos equipamentos culturais, como a transmissão de vídeos ao vivo pelos websites (não ultrapassava o percentual de 20% em nenhum dos tipos de equipamentos culturais) ou a possibilidade de visita virtual (apenas 10% dos museus, por exemplo, disponibilizam esse recurso em seus websites). A oferta de formação a distância também é incipiente, alcançando a proporção máxima de 12% nos arquivos e pontos de cultura.
A maior parte dos arquivos apresenta digitalização de acervos (77%), em comparação a museus (61%), pontos de cultura (61%) e bens tombados (55%), porém apenas uma pequena parcela dos acervos está digitalizada. Acervos digitalizados ficam disponíveis ao público principalmente no próprio local de funcionamento das instituições, e não pela Internet. Isso indica que a prática é mais utilizada para a preservação dos materiais, do que para a sua disseminação.
Outro indicador inédito, a disponibilização de catálogos do acervo on-line, que poderia dar visibilidade e acesso a esses materiais, é realizada por apenas 15% dos museus e 12% das bibliotecas, apresentando maior proporção entre arquivos (38%).
“Os resultados apontam que o uso da Internet está voltado em atrair frequentadores presenciais, mais do que para alcançar novos públicos pela oferta de conteúdos on-line. Também revelam que as instituições culturais no Brasil ainda encontram desafios expressivos para atingir as metas estabelecidas no Plano Nacional de Cultura”, afirma Barbosa.
Gestão e percepções sobre o uso das TIC
A maioria dos equipamentos culturais não possui área ou departamento de tecnologia da informação (TI), nem contrata serviços relacionados, com exceção dos cinemas. Para a gestão das redes sociais, mais da metade dos cinemas (71%) e pontos de cultura (53%) conta com área ou pessoa responsável pelo relacionamento com o público nessas plataformas. As maiores contribuições do uso das TIC reportadas pelos gestores dos equipamentos culturais se relacionam à divulgação das instituições e de suas atividades. Já a principal barreira mencionada para o uso de computadores e Internet segue sendo a falta de recursos financeiros, apontando para a necessidade de investimentos na área de tecnologia.
Perfil das instituições
De acordo com a TIC Cultura, as instituições públicas seguem tendo um papel fundamental no universo de equipamentos culturais brasileiros. Em 2018, elas eram maioria entre bibliotecas (97%), arquivos (80%), museus (72%) e teatros (57%), instituições entre as quais também predominavam recursos provenientes do governo. Por outro lado, são majoritariamente privados os bens tombados (58%), cinemas (76%) e pontos de cultura (85%), estes últimos, também promovidos por uma política pública. A maior parte dos equipamentos culturais, com exceção dos bens tombados, foi criada a partir de 1985, período que coincide com importantes marcos institucionais das políticas culturais brasileiras.
Sobre a pesquisa
Realizada entre março e julho de 2018, a pesquisa TIC Cultura investiga a presença e a adoção das tecnologias de informação e comunicação (TIC) nos equipamentos culturais brasileiros, tanto em sua rotina interna de funcionamento, quanto na relação com os seus públicos. Em 2018, foram entrevistados 3.065 responsáveis pelos equipamentos culturais, incluindo arquivos, bens tombados, bibliotecas, cinemas, museus, pontos de cultura e teatros.
O lançamento dos indicadores e da publicação ocorreu hoje durante a 2ª edição do Ciclo “Cultura, educação e tecnologias em debate”, uma atividade realizada pelo Cetic.br/NIC.br em parceria com o Sesc São Paulo e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Para acessar a pesquisa na íntegra, visite: http://cetic.br/pesquisa/cultura/indicadores, ou leia a publicação em: http://cetic.br/pesquisa/cultura/publicacoes.
Sobre o Cetic.br
O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br é um Centro Regional de Estudos, sob os auspícios da UNESCO. Mais informações em http://www.cetic.br/.
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (http://www.nic.br/) é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que além de implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (http://www.registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (http://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (http://www.ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (http://www.cetic.br/), implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (http://ix.br/), viabilizar a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (http://www.ceweb.br), e abrigar o escritório do W3C no Brasil (http://www.w3c.br/).
Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios de multilateralidade, transparência e democracia, o CGI.br representa um modelo de governança multissetorial da Internet com efetiva participação de todos os setores da sociedade nas suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (http://www.cgi.br/principios). Mais informações em http://www.cgi.br/.
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