REPRODUÇÃO: Blog Intervozes – Carta Capital
Com os olhos voltados para a Rússia, sede da Copa do Mundo de 2018, a mídia brasileira noticiou uma cartilha publicada pelo Itamaraty com recomendações aos torcedores e torcedoras brasileiros(as) que viajaram para assistir o Mundial.
O documento afirma: “Não são comuns na Rússia manifestações intensas de afeto em público. Em particular, recomenda-se à comunidade LGBTI evitar demonstrações homoafetivas em ambientes públicos, que podem ser consideradas ‘propaganda de relações sexuais não tradicionais feita a menores’ e enquadradas em lei (junho de 2016) que prevê multa e deportação”.
Parece haver um esforço da imprensa brasileira, junto com o Itamaraty, em mostrar a Rússia como país perigoso à população LGBTI. Há, no entanto, uma contradição. O destaque dado à cartilha não se repetiu quando, logo no primeiro dia da Copa, um casal de franceses sofreu agressão homofóbica em São Petersburgo, uma das cidades russas mais conhecidas mundialmente. Uma das vítimas teve lesões cerebrais e fratura na mandíbula. A repercussão aconteceu principalmente nas redes sociais, mas não ganhou espaço na mídia tradicional.
Há quem argumente – a partir do critério de noticiabilidade – que o fato não teve relevância por ocorrer com franceses e não brasileiros. Tenho, no entanto, outro palpite. O Brasil não conversa francamente sobre a violência à população LGBTI.
A Copa acontece exatamente em junho, mês do orgulho LGBTI. A data é comemorada hoje e entrou para o calendário porque em 28 de junho de 1969 a população LGBTI de Nova York reagia, em motins, durante quatro dias, a uma perseguição policial no bar Stonewall Inn. Quase cinquenta anos depois, o Brasil comporta a maior Parada Gay do mundo e o movimento LGBTI conquista cada vez mais espaço na mídia. Ao mesmo tempo, é o país que mais comete LGBTIcídios.
Em consonância, as narrativas midiáticas insistem em apresentar personagens LGBTIs nos padrões cisgêneros e/ou estereotipados.
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