Os bairros da Lagoinha, Carlos Prates e Bonfim, além de parte da Pedreira Prado Lopes, terão acervo arquitetônico protegido e preservado juntos a suas histórias
O Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte tombou, na semana passada, os bairros Lagoinha, Carlos Prates e Bonfim. O projeto aprovado visa a proteção e preservação da história da cidade, mantendo também os acervos arquitetônicos que contribuem com essa narrativa.
Os bairros recém tombados situam-se na Região Noroeste da capital mineira e abrigaram os imigrantes que não puderam se instalar no centro delimitado pela Avenida do Contorno. Os operários do período da fundação de Belo Horizonte construíram os imóveis de arquitetura simples, porém carregados de significado para a memória dos belorizontinos. Parte da Pedreira Prado Lopes participa do projeto de tombamento, sendo inédito o reconhecimento de um aglomerado como patrimônio municipal.
As construções que foram reformadas de maneira clandestina e tiveram seu trabalho original modificado deverão ser reparadas para recuperar as estruturas genuínas. Outras regras serão implantadas, como um limite de altura respeitado a fim de que não se perca a vista privilegiada da Serra do Curral e de outros marcos referenciais.
Passado
Após alguns anos da fundação de Belo Horizonte, a região da Lagoinha alojou os imigrantes fora do limite da Avenida do Contorno. O ambiente se transformou em uma zona boêmia devido à maior sociabilidade causada pela instalação de um ramal férreo durante as décadas de 1910 e 1920. Sendo assim, a Lagoinha ganhou o estereótipo negativo de violência e marginalidade. Por outro lado, no bairro foram construídos a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, o Ginásio Municipal e o Grupo Escolar Silviano Brandão.
No bairro do Bonfim foi fundado, em 1897, o cemitério de mesmo nome. Artistas italianos de variados estilos esculpiram lápides e mausoléus para o Cemitério do Bonfim, o mais antigo e tradicional da capital de Minas Gerais. Assim como no bairro Carlos Prates, no Bonfim pode-se observar muitos prédios comerciais e residenciais com traços arquitetônicos comuns, distinguindo-os dos demais bairros de Belo Horizonte.
Imagem: Do portal http://www.em.com.br/ – 1971: ano da inauguração do viaduto da Lagoinha, via que dá acesso a região. (foto: Arquivo EM)
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