Chefe da Representação do MinC em Minas Gerais ressalta importância da inclusão e participação nas políticas públicas por meio da arte e da cultura
Durante solenidade de posse como chefe da Representação do Ministério da Cultura em Minas Gerais, Cesaria Macedo (à esquerda na foto) comparou a imensa diversidade cultural, social e econômica do Estado ao trabalho do artesão, destacando a importância de “potencializar a matéria prima, costurar caminhos e abrir possibilidades no sentido de buscar valorização de fato de nossas culturas”. A assinatura do termo de posse ocorreu no último dia 15 de julho, na sede da Fundação Nacional de Artes (Funarte), com a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda (à direita na foto); do presidente da Funarte, Antonio Grassi; do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico Social (Iphan), Luis Fernando de Almeida e da coordenadora da Funarte em Minas Gerais, Mirian Lott.
Em entrevista ao Portal ODC, Cesaria ressaltou a importância de “fazer chegar aos movimentos mineiros as políticas públicas de cultura”. Ela lembrou o desafio, enfatizado pela presidente Dilma Rousseff, de acabar com a pobreza, bem como de implementar o Sistema Nacional de Cultura, com orçamento e gestão compatíveis com as políticas municipal, estadual e nacional. “A cultura como fator de desenvolvimento ainda não foi reconhecida na sua real possibilidade, mas, cada vez mais, pode se constituir em um dos principais fatores de transformação do país”, declarou a Chefe da Representação do MInC em Minas Gerais. Durante a solenidade de posse, Cesaria lembrou o princípio da Carta da Terra de erradicar a pobreza como imperativo ético, social e ambiental, que pauta a atual gestão, desde o governo Lula.
Nessa direção, a representante ressaltou ainda o compromisso, presente no processo de mobilização social, de trazer a sociedade para discriminar, promovendo a descentralização das ações e encontros dentro do processo de formação de Plano Nacional de Cultura. Os Pontos de cultura foram caracterizados como “formas de empoderamento da produção cultural brasileira alijada das políticas culturais”, em contexto de inclusão e participação nas políticas públicas por meio da arte e da cultura.
Para isso, de acordo com Cesaria, a organização da cultura, nos segmentos social, econômico e político, está em processo de desenvolvimento que envolve, prioritariamente, a criação de estruturas apropriadas. A intenção é “promover a democracia cultural através de mecanismos de participação e não só representação social”, disse.
Liberdade
Ao lembrar os poetas da Inconfidência, a ministra Ana de Hollanda iniciou seu discurso referindo-se a Minas Gerais como estado onde efetivamente “existe sempre a reflexão do questionamento e da busca da liberdade”. Nas suas palavras, “Minas que vem também da arte barroca, da música barroca, mas também Minas Gerais da arte contemporânea de ponta, dos grupos de teatro tradicionais e de dança internacionais”. O papel marcante de Minas na formação cultural do país foi enfatizado: “Não dá para pensar o Brasil sem Aleijadinho, Santos Dumont, Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa e Pelé. Por isso, é preciso que se diga, Minas não é apenas uma política regional. Minas, para nós, é o Brasil. Quando pensamos em Minas, não pensamos no estado, mas no país, como uma prioridade do Governo Federal”.
Trajetória reconhecida
A reconhecida trajetória da representante do MInC no campo da cultura demonstra, segundo a ministra, sua capacidade de fortalecer processos de ligação, diálogo, bem como sua disposição e preparo para o cargo. “Cesaria tem formação voltada à arte, educação e dedica vida toda a políticas públicas na área, disse, ao destacar a “alegria de resgatá-la para representante do MInC”.
Ana de Hollanda apontou a busca de parcerias como aspecto relevante da atuação à frente da representação regional, lembrando que Cesaria “conhece muito bem os conselhos, o sistema e formas de participação e integração e apontará onde existem demandas, preocupações e onde há os criadores”. O perfil da chefe da Representação do MInC, segundo a ministra, vem ao encontro da “demanda que tinha que ser atendida pelo mundo da cultura que existe em Minas Gerais”. O processo de articulação entre todas as secretarias também foi pontuado por ela: “A representação vai poder abrigar e receber os dirigentes e Cesaria vai levar as demandas”.
Percurso
Cesária Macedo é Mestre em Educação, arte-educadora e gestora cultural, com formação em música e comunicação visual. Atua, desde os anos 1980, na mobilização, formulação e implementação de políticas públicas, programas e projetos nas áreas de cultura e educação nos âmbitos municipal – Prefeitura Municipal de Uberlândia, estadual – Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais, e federal – Universidade Federal de Uberlândia e Ministério da Cultura.
Seu trabalho no campo da cultura começou na Divisão de Cultura da Universidade Federal de Uberlândia, na Coordenação Local do Projeto Rede Nacional da Música da Funarte, em que também atuou como cantora no Teatro Vianinha na cidade de Ituiutaba – MG. Ainda na Universidade, foi professora do Departamento de Artes e coordenadora de projetos na Divisão de Cultura.
Cesária atuou, também, na criação da Secretaria de Cultura de Uberlândia, onde trabalhou como Assessora Especial da Secretária e foi responsável pela regulamentação da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, sendo presidente da Comissão de Análise e seleção de projetos. Na Secretaria de Estado da Cultura, foi responsável pela organização e realização da 1ª Conferência Estadual de Cultura e, também, pela implantação dos 100 Pontos de Cultura da Rede Estadual de Pontos de Minas. No Ministério da Cultura, foi Representante Regional e gerente do Programa Cultura Viva.
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