Organização Social Olabi divulga pesquisa para alertar ausência de diversidade na tecnologia
Motivado por entender quem são as mulheres negras que atuam no campo da tecnologia no Brasil, o Olabi, organização social que democratiza a produção de tecnologia em prol da diversidade, elaborou o mapeamento a partir de um formulário respondido pelas entrevistadas de forma online. Em quatro meses, 570 histórias de mulheres negras e indígenas de 17 a 67 anos, das cinco regiões do país, foram coletadas. Apesar das reclamações sobre racismo, machismo no ambiente de trabalho, falta de referências e em quem se inspirar, dificuldade de acesso a ambientes de ensino e aprendizagem, as participantes se mostraram entusiasmadas em ocupar cada vez mais esses espaços.
O estudo traz alguns dados da realidade feminina dentro desse mercado: somente 20% das entrevistadas conheciam alguma iniciativa que ligava mulheres negras à tecnologia; apenas 22% entraram na área por meio de centro formal de ensino (como escola técnica e universidade); e pouco mais da maioria, 52%, acredita que a internet, grupos informais de apoio ou outras formas autodidatas são o melhor caminho para aprender assuntos ligados à tecnologia.
Silvana Bahia, diretora do Olabi e coordenadora do Pretalab, reforça que
“democratizar o acesso às tecnologias não é sobre ampliar o consumo, mas sobre a possibilidade de criar as aplicações. Se as mulheres negras não estiverem nesse processo, se não existirem ações para que elas estejam nesse processo, vamos perder totalmente nosso poder de integração no mundo”.
Para Bahia, a ausência de mulheres negras e indígenas nos espaços voltados para a área de tecnologia e inovação está ligada diretamente a dois fatores: acesso e falta de referência. “Quase tudo relacionado a esse campo é caro, em inglês e são raras as políticas (públicas ou privadas) destinadas ao nosso ingresso e permanência nesses espaços. A falta de referência é outro fator determinante: se ser uma mulher nas tecnologias já é um desafio, imagina para nós, negras. A ausência de referências positivas sobre mulheres negras e indígenas é uma questão social que perpassa não apenas o mundo das tecnologias, mas os mais variados campos profissionais e de poder”, afirma.
Sediado no Rio de Janeiro e fundado em 2014, o Olabi conta com uma série de projetos sociais e já trabalhou com empresas, fundações e institutos, entre eles a Fundação Ford (principal mantenedora), Museu do Amanhã, Shell e Instituto Nacional de Tecnologia. A organização já beneficiou mais de 20 mil pessoas com atividades educacionais focadas na democratização das tecnologias. Atualmente, atua em favor da inovação na educação, empoderamento feminino e sustentabilidade, estimulando mudança de cultura em prol da diversidade e da redução das desigualdades sociais. É parte da rede global dos fab labs (abreviação para “laboratórios de fabricação”, em inglês), criada no MIT pelo Global Innovation Gathering, nos Estados Unidos, que já teve o trabalho exposto em conferências de inovação de mais de 20 países nos cinco continentes.
Mais informações sobre a organização podem ser encontradas no endereço www.olabi.org.br.
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