Apará - caminhos das epistemologias feministas negras na canção brasileira
Resumo
No cenário da nova MPB, o ano de 2022 tem sido marcado por diversos lançamentos de intérpretes-compositoras baianas. Suas canções trazem em comum temas como o combate ao racismo e ao genocídio da população negra, a religiosidade do candomblé e vivências do campo afetivo, permeadas pelas matrizes conceituais do feminismo negro (ou do movimento de mulheres negras, como preferem algumas autoras). Ao mesmo tempo, vivemos um momento inédito na história do país, onde livros de algumas autoras negras transformam-se em best-sellers, motivando a publicação de ensaios e coletâneas, fundados em textos produzidos desde 1970, por outras feministas negras. O presente artigo dedica-se a observar interações entre esses dois acontecimentos, a partir do território Salvador, Bahia. Da leitura de obras lítero-musicais, artigos, declarações e registros auto etnográficos de suas protagonistas, surgem excertos, agrupados em cinco passagens.
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