Meia-noite

fractos de memória em espiral midnight (spiral memory fracts)

Autores

  • Orunmillá Moura de Santana

Resumo

O presente artigo busca acessar os caminhos que acionaram a criação do espetáculo “Meia-noite”, de minha concepção, interpretação e direção, a fim de desvelar a estrada para sua construção, as pedras, buracos, obstáculos, espaços e pessoas presentes, consequentes encontros e trocas com os mesmos. Faz-se uso da memória no intuito de trazer à tona processos artísticos- pedagógicos e culturais presentes em minha trajetória pessoal, compreendendo que esse acesso se torna fundamental para revelar a estrutura epistemológica e dramatúrgica em que a construção do espetáculo se ancora. Desse modo, a partir do encontro com as obras de autores como Domingues (2006), Ferraz (2018), Fortin (2006), Martins (2002), Rosa (2013), Rufino (2016), Santana (2021), Simas (2018), entre outros(as), esse artigo busca dialogar com conceitos que colaborem com o entendimento acerca da importância da construção de conhecimento afro- diaspórico para a cena da dança brasileira. Com isso, propondo esmiuçar e problematizar as escolhas e resoluções encontradas no espetáculo, suas importâncias simbólicas e um paralelo com a cultura popular.

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Biografia do Autor

Orunmillá Moura de Santana

Artista, bailarino, capoeirista, professor, pesquisador em dança e cultura afro de Recife-PE, formado pelo Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, pelos Mestre Meia-noite e Vilma Carijós. Brincador da cultura popular, faz das vivências com as danças e brinquedos um lugar de pesquisa corporal e investigação artística para a cena. Passou pelo Grupo Grial, Compassos cia. de danças e Cláudio Lacerda dança amorfa. Atualmente é diretor artístico da Cia. de dança Daruê Malungo e realiza o espetáculo solo intitulado Meia-noite. Com o espetáculo Meia Noite, Orun recebeu o prêmio de melhor bailarino no Festival Janeiro de Grandes Espetáculos e, com sua obra, passou por palcos como o do Itaú Cultural (São Paulo- SP), Palco Giratório do Sesc (Recife-PE), Festival de Inverno de Garanhuns (Garanhuns-PE), Aldeia Vale Dançar (Petrolina-PE). Orun Santana participou do 22º Festival Lusofonia (Macau-China) e da 11ª Semana Cultural da China dos Países da Língua Portuguesa, acompanhando o DJ Dolores nesta turnê. Em 2020, participou do Festival das Artes Negras de Belo Horizonte (FAN BH) e em 2021 da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITbr).

Referências

CARIJÓS, Vilma. Daruê Malungo promove semana afro em Chão de Estrelas. Portal Cultura PE. Recife, 2017. Disponível em: http://www.cultura.pe.gov.br/ canal/funcultura/darue-malungo-promove-semana-afro-em-chao-de-estrelas/

DOMINGUES, Petrônio. Movimento negro brasileiro: alguns apontamentos históricos. In: Revista Tempo. 2006. p. 100 - 122.

FERRAZ, F. M. C.; SENA, M.; AMOROSO, D.; GONCALVES, T. Danças Negras: historiografia e memória de futuro. 2018. (Programa de rádio ou TV/Mesa redonda).

FORTIN, Sylvie. 2006. Apports possibles de l’ethnographie et de l’autoethnographie pour la recherche en pratique artistique. In: La recherche en création: pour une compréhension de la recherche en pratique artistique, sous la dir. de Gosselin, P. et E. Le Coguiec, p. 97 - 109, Québec: Presses de l’Université du Québec

MARTINS, Leda Maria. Performances do tempo espiralar. In: Performance, exílio, fronteiras: errâncias territoriais e textuais / Graciela Raveti e Márcia Arbex (org.). Belo Horizonte - MG, 2002. ISBN: 85*87470-31-0

MEIA-NOITE. Entrevista do mestre Meia-noite concedida para o vídeo desmontagem do espetáculo Meia-noite. In: Plataforma Cena, Canal Sesc Brasil no youtube. Recife, 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=UDFTGDBwo5o&feature=youtu.be

MEIA-NOITE. Entrevista do mestre Meia-noite concedida para a TV Viva em vídeo documental Daruê Malungo. Recife, 1989. Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=ncITaav9MNA&t=12s

ROSA, Allan da. Pedagoginga, autonomia e mocambagem. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2013.

RUFINO, Luiz. Performances afro-diaspóricas e decolonialidade: o saber corporal a partir de Exu e suas encruzilhadas. Revista Antropolítica, Niterói, n. 40, p. 54-80, 1. sem. 2016.141

SANTANA, Tiganá. Ensaio “a capoeira do pensamento”. 2021.[JF1] IN: livro digital Cajubi: ruptura e reencanto. 1 edição, São Paulo, março de 2021.

SIMAS, Luiz Antônio.; RUFINO, Luiz. Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas. 1. ed. Rio de Janeiro: Mórula, 2018. 124p.

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Publicado

2023-07-01

Edição

Seção

Seção II – Arte, design e sustentabilidade